sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sobre o neo-ambientalismo liberal

As restrições de Fernando Gabeira ao marco regulatório do pré-sal exalam o passado de um neoliberalismo desautorizado pela crise de 2008. Pelo que se intui das intervenções do deputado, em recente debate, a segurança ambiental na exploração das novas jazidas seria mais consistente se entregue às mãos (invisíveis) da livre concorrência, e não às da Petrobras. Associar o equilíbrio da sociedade e do planeta aos livres mercados é pura reciclagem do ideário neoclássico ao discurso ardiloso de um neo-ambientalismo liberal ontologicamente fraudulento. O artigo é de Saul Leblon.

Saul Leblon/Carta Maior

1. Há verdes que envelhecem antes de dar frutos. Depressa baldeiam do conservacionismo para o conservadorismo.

2. O fato de terem sido ultrapassados eleitoralmente pelo recém criado partido da Esquerda alemã – naquele que foi o palco privilegiado de flerte ambientalista com o figurino da 'renovação política' - evidencia uma expressiva tendência à decrepitude precoce.

3. As colocações do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) no debate "O Futuro do Pré-Sal II", promovido recentemente pelo jornal Estado de São Paulo, com a participação do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, reforçam essa percepção de uma falsa promessa de futuro.

4. As restrições de Gabeira ao marco regulatório do pré-sal exalam o passado de um neoliberalismo desautorizado pela crise de 2008. Desautorizado até mesmo, justiça seja feita, por ambientalistas consequentes que reivindicam planejamento e limites à predação do planeta pelo capital, algo naturalmente improvável sob o regime do vale-tudo dos mercados livres.
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