segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Indígenas pedem por espaço e preservação de florestas

Paula Sheidt, do CarbonoBrasil

No meio do burburinho de uma das grandes salas de expositores do XIII Congresso Mundial de Florestas, iniciado neste domingo (18/10) em Buenos Aires, o canto indígena de Gregório Segundo e Yoli Martinez quase não chamava a atenção dos muitos participantes do evento, que estavam mais ocupados com os diversos pratos da culinária local servidos no coquetel de abertura. Uma espécie de violino bastante rústico, chamado Nviké, ajudava a dar o ritmo à música cantada em língua Toba, falada pelo povo de mesmo nome que habita a região do Chaco, no norte da Argentina.

“Queremos que plantem mais árvores e devolvam à natureza o que retiraram dela”, diz Yoli, pedindo na verdade que algo fosse feito para recuperar as florestas no qual viviam.

Os Tobas são hoje um dos maiores grupos indígenas na Argentina, com estimados 12 mil famílias segundo estimativas da Associação NAM QOMPI que, assim como outros povos, dependiam da floresta para viver, principalmente da caça.

Porém Yoli conta que o processo de ocupação da terra, com desmatamento que deu lugar a grandes plantações agrícolas e a expansão das cidades, levou grande parte dos indígenas a perderem suas terras. A alternativa foi partir para bairros nas novas áreas urbanas, como Rosário, na província vizinha de Santa Fe. “Não podemos viver lá porque nos falta alimentos, água e dependemos de doações”, afirma.

Denúncias feitas em 2007 sobre as condições precárias que viviam estes povos e, conseqüentemente, o elevado número de mortes por causa de desnutrição e outras doenças levaram a Suprema Corte da Argentina a exigir no início deste ano do governo federal que fizesse um “acordo de desenvolvimento” com o estado de Chaco para fornecer alimentação e infra-estrutura às comunidades expulsas da sua terra original.Leia mais

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