sábado, 17 de outubro de 2009

Extinção em massa de espécies animais e vegetais


Hugo Penteado/Envolverde

O problema climático está sendo tratado com uma questão isolada por quase todas as mentes pensantes, exceto os cientistas sérios da Terra. Os problemas ambientais planetários, que são vastos e ameaçadores, e que não se resumem apenas no aquecimento global, derivam das nossas ações diárias, do nosso comportamento em relação à natureza e da rota de colisão que decidimos traçar contra a Terra, guerra da qual não sairemos vencedores. Ecossistemas extremamente interligados estão em vias de passar por uma transformação brusca e não linear, caso essas ações diárias ligadas ao nosso modelo de produção e consumo não sejam abolidas.

Houve duas grandes extinções naturais da vida na Terra, causadas por mudanças climáticas bruscas. Nunca houve, desde os 4,6 bilhões de anos da Terra, mudança tão rápida, como o aumento em apenas 200 anos da concentração dos gases do efeito estufa na nossa finíssima atmosfera. Nunca houve também uma extinção antropomórfica como a atual ou que tivesse sido causado por apenas uma espécie. O fato aterrador é que a humanidade está produzindo a terceira maior extinção já registrada. Todos falam do problema climático, mas mal comentam que já está em curso o maior processo de extinção em massa de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhões de anos. A questão não é mais se vai acontecer, mas como podemos impedir o agravamento dessa tragédia. A Índia parou de produzir arroz e açúcar, a Austrália leite, os eventos climáticos extremos aqui no Brasil são noticiados quase que diariamente; o pólo norte tinha uma calota polar do tamanho dos Estados Unidos por milhões de anos, que durante o verão se reduz a 15% e em 2014 irá desaparecer por completo. A sorte é que essa calota já flutua nos oceanos e não aumenta o nível da água, mas cria feedbacks positivos ao substitiur a reflexão por absorção do calor dos raios solares com a menor superfície branca. Os feedbacks positivos começam a se alavancar em cascata, ameaçando as tundras, onde há uma quantidade colossal de gás metano que é 20 vezes mais poderoso que o gás carbônico para o aquecimento global. A situação piora e ameaça enormemente grande parte da população quando continentes gelados derreterem, elevando o nível dos oceanos em vários metros. Cientistas russos mostram que a inundação das cidades litorâneas é muito maior que o aumento do nível dos oceanos, por conta do efeito da maré. É na verdade um múltiplo. Essas mudanças ocorrerão quando a resiliência da Terra for vencida e além de ser irreversível a partir desse ponto, a mudança é brusca e tornará a vida inviável quase que inteiramente. Os cientistas, como Martin Rees, já declaram que a probabilidade do homem terminar o século XXI é bem pequena.
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