segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A alma da natureza, já tão esquecida



Washington Novaes

Anuncia-se que foi concluído pelo Governo Federal projeto que libera, mediante licitação, projetos de mineração em áreas indígenas (que constituem quase 13% do território nacional), bem como proíbem vetos dos índios a projetos de usinas hidrelétricas em suas áreas. É tema que exige muito cuidado - basta lembrar que grupos indígenas do Pará estão indignados por não haverem conseguido manifestar-se nas audiências públicas sobre a Hidrelétrica de Belo Monte, que também estão sendo impugnadas na Justiça pelo Ministério Público Federal -, embora o presidente do IBAMA considere "maluquice" os argumentos de todos esses interlocutores e os de cientistas (como os que fizeram estudo na Unicamp) sobre a possibilidade de conservação de energia no País.

A primeira razão para cuidado está em que todos os estudos sobre conservação da biodiversidade apontam as áreas indígenas como o melhor formato para isso. E quando se introduzem valores de outras culturas (como a permissão para receber royalties na mineração), o quadro muda e com ele todo o modo de viver, inclusive os formatos que permitem conservar a biodiversidade. Para que se tenha ideia do que pode ser a biodiversidade conservada, um relatório citado pela ONU - Sistemas Alimentares dos Povos Indígenas, Universidade McGill - lista as espécies de que se alimenta um único grupo, o Karen, na Birmânia: 317 de alimentos, 208 de hortaliças, 62 de frutas. Compare-se com um morador das cidades. Mas, dos 370 milhões de índios no mundo, um décimo vive em "extrema miséria", exatamente por haver-se aculturado.

Um exemplo valioso pode ser encontrado no Parque Indígena do Xingu. Na década de 70, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo, liderados pelo professor Roberto Baruzzi, acompanharam durante anos a alimentação, os hábitos e o estado de saúde de vários grupos da reserva. E não encontraram um só caso de doença cardiovascular, pois não havia ali nenhum dos fatores genéticos nem os gerados pela alimentação (obesidade), sal, fumo, álcool, vida sedentária e outros. Passados 30 anos e intensificado o contato com as cidades, a obesidade já atinge 76,4% das índias xinguanas e 50% dos homens apresentam sintomas de hipertensão.

O Xingu, é hoje uma ilha de biodiversidade entre o Cerrado e a Floresta Amazônica, cercada por pastos e plantios de soja. E naqueles dois biomas estão dois terços, pelo menos, da rica biodiversidade brasileira, que pode chegar a uns 15% do total mundial e se vai perdendo em alta velocidade. "A riqueza que temos guardada na biodiversidade do Cerrado é mil vezes superior à da agricultura", afirmou a Herton Escobar o competente agrônomo Eduardo Assad, da Embrapa. Porque "é no DNA das plantas nativas que estão genes capazes de proteger as plantas "estrangeiras" (soja, milho, algodão, arroz) dos danos do aquecimento global". Já o Ministério do Meio Ambiente (7/10/09), citando estudos da Comissão Europeia e da Alemanha, estima em US$ 2 trilhões a US$ 5 trilhões o prejuízo anual com o desmatamento e a perda da biodiversidade. O cientista Thomas Lovejoy, calcula em mais de US$ 200 bilhões anuais o valor dos medicamentos derivados de plantas comercializados no mundo.

É uma questão tão aguda que a recente Conferência Mundial sobre Desertificação, realizada em Buenos Aires, decidiu criar não só indicadores para essa e outras perdas, como até um órgão semelhante ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas para cuidar desse e de outros temas relacionados com a desertificação dos solos (que avança 60 mil km2 por ano e agrava o problema do consumo de recursos naturais além da capacidade de reposição do Planeta).
Tanto pessoas já convencidas da importância da conservação da biodiversidade como as que ainda encaram o tema com ceticismo deveriam ler o recém-lançado livro “Yuxin – Alma”, da escritora Ana Miranda (Companhia das Letras/SESC-SP). A partir da narrativa dos pensamentos da índia Yuxin sobre o sumiço de seu marido, Xumani, a autora faz um extraordinário arrolamento romanceado da diversidade vegetal, animal e cultural da região em que se passa o livro - principalmente dos kaxinawas, ticunas, ashaninkas e katukinas. O livro chega no momento em que ainda ressoam palavras do escritor Marcio Souza (Mad Maria, Galvez, o Imperador do Acre) num recente seminário em Manaus sobre biodiversidade: "Onde estão as culturas amazônicas que levaram a floresta a manter-se de pé durante séculos? As culturas amazônicas só costumam aparecer como folclore, depois que a polícia passa".

Pois no extraordinário livro de Ana Miranda estão lá, em sua força, os muitos formatos dessas culturas, num quase inacreditável desfilar de árvores, plantas alimentícias, frutas, espécies portadoras de óleos e outras, infindáveis animais e os costumes e modos de cada um, as complexas relações entre humanos e todos esses seres, os formatos da conservação, os modos de interpretar o tempo, os modos de apropriar-se de elementos da natureza, os sons da floresta e o silêncio e muito mais. Além da fascinante descrição dos relacionamentos com o mundo dos espíritos. Um trabalho de pesquisa que deve ter exigido anos - e outros tantos para conjugá-la com a arte narrativa.

Deveria ser leitura obrigatória em todo o País, que cada dia vê diminuir seu acervo cultural nessas áreas. E na hora em que a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que permite patentear substâncias e materiais biológicos (moléculas, genes, proteínas) "obtidos, extraídos ou isolados da natureza", para deles tirar vantagens econômicas. Como se tudo já não estivesse criado, inventado, como mostra o livro de Ana Miranda. Felizmente, o projeto ainda passará por outras comissões, que poderão impedir o desatino.
Washington Novaes
Envolverde/O Eco

Médicos pelo clima

A Associação Médica Brasileira lançou no último sábado, em evento em São Paulo, a versão em português da Declaração de Dheli sobre a saúde humana e mudança climática. O documento, adotado pela Associação Médica Mundial em outubro passado, é uma carta de apoio e compromisso dos profissionais da área frente aos desafios impostos pela mudança climática sobre a saúde.

Pela declaração, os médicos se comprometem a: apoiar ações locais e globais que minimizem os efeitos do aquecimento global, inclusive por meio de um acordo intergovernamental em Copenhague; assumir posição de liderança em atividades que ajudem médicos e pacientes a se capacitarem para enfrentar as conseqüências das mudanças no clima; desenvolver ações de educação e capacitação de profissionais da área da saúde, como “incorporar instrumentos de avaliação dos pacientes impactados pelo meio ambiente e encorajar médicos a avaliarem seus pacientes e famílias para os riscos da mudança climática global”; fomentar e desenvolver pesquisas na área, como determinar e modelar a carga da doença que será causada; e se preparar, antecipadamente, para as emergências relacionadas ao clima.

A Associação Médica Mundial divide os impactos das mudanças climáticas para a saúde humana em três graus. Os impactos de primeiro grau incluem ondas de calor, ferimentos causados por inundações e incêndios e colapso da infra-estrutura. Os de segundo grau incluem doenças transmitidas por vetores, infecções transmitidas por água e alimentos contaminados e alergias. Os de terceiro incluem fome, conflitos regionais e locais, deslocamento humano, refugiados climáticos e falência do processo de desenvolvimento. Neste século são esperados impactos dos três níveis.

A Organização Mundial de Saúde estima que, em países pobres, cerca de 25% das doenças provocadas pela degradação do meio ambiente poderiam ser evitadas. Em países ricos, esse índice é de 17%.
O ECO

Para sempre redwood


Karina Miotto
Quando cheguei ao King’s Canyon National Park, na Califórnia (EUA), em fevereiro de 2008, não tinha a menor ideia de como seria ficar frente a frente com árvores chamadas “redwoods” – ou sequóias, como são mais conhecidas no Brasil.

Elas são, para começar, as maiores, mais largas e antigas árvores da Terra. Impossível não se impressionar com um ser vivo que pode chegar a ter a altura de um prédio de 30 andares (o edifício da Editora Abril, na marginal Pinheiros, em São Paulo, tem 24). Um carro inteiro pode caber dentro de sua base. Redwoods podem chegar a até 3.500 anos de idade – são verdadeiras testemunhas das inúmeras transformações do planeta e das civilizações.

Ao nos depararmos com elas, penetramos em um mundo de silêncio quase meditativo e podemos inclusive intuir que ainda temos muito o que aprender. Digo isso porque um momento de reflexão, nem que seja mínimo, tem de fato grandes chances de acontecer – a não ser que o visitante esteja com o pensamento em outro lugar que não na gigante à sua frente.

Existem três diferentes espécies de redwoods: Giant Sequoia - em português, Sequoia Gigante - (Sequoiadendron giganteum), encontrada em Sierra Nevada, Califórnia; Coast Redwood (Sequoia sempervirens) do sul de Oregon até Big Sur, também na Califórnia e Dawn Redwood (Metasequoia glyptostroboides), redescoberta pela ciência em território Chinês – acreditava-se que não passava de um fóssil da Era Mesozóica até a descoberta de um “exemplar” em 1944. A confirmação como redwood veio em 1948 pelos pesquisadores Wan Chun Cheng e Hu Hsen Hsu. Ela chega a ter até 45 metros de altura e é a menor das três espécies.
Gigantes intrigantes

Redwoods são seres intrigantes. Para começar, podem viver por milênios. São enormes – uma delas, denominada Hyperion, é a árvore mais alta do mundo, com 115.55 metros. Foi encontrada no Redwood National Park, na Califórnia.
Enquanto Coast Redwoods são imbatíveis na altura (muitas passam dos 106 metros), Giant Sequoias ganham em volume e podem chegar a ter 8 metros de diâmetro. A mais famosa delas a General Sherman, que pode ser vista no Giant Forest of Sequoia National Park (EUA). Estima-se que tenha 2.700 anos.
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Foto: Tim Kovar

Absurdo:
Pará repõe floresta nativa com eucalipto


O governo do Pará, Estado líder em desmatamento, mudou as diretrizes de seu programa de recomposição de áreas destruídas na Amazônia e passou a contabilizar espécies exóticas, como eucalipto, para aumentar os números e se aproximar da meta de 1 bilhão de árvores.

Quando lançou o programa "1 Bilhão de Árvores para a Amazônia", em maio deste ano, o governo previu somente o plantio de espécies nativas. Mas 65% do reflorestamento deverá ser feito com eucalipto --planta original da Austrália--, segundo a Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente).
A Folha apurou que, se fosse mantida a condição inicial, a lentidão e o desinteresse dos produtores em se cadastrar atrasariam o cumprimento da meta até 2012, prazo estipulado pela governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT).

A preferência pelo eucalipto decorre do menor tempo de maturação --em torno de seis anos-- em relação a espécies nativas brasileiras.

A produtividade da espécie também é maior do que as outras por ter sido melhorada geneticamente no país.
O programa do Pará oferece financiamento e auxílio técnico a empresas e produtores que apresentarem projetos de reflorestamento, e também promete menos burocracia na futura concessão de licenças ambientais de exploração.

Os incentivos visam motivar produtores a fazerem o CAR (Cadastro Ambiental Rural). Os dados cadastrais permitirão ao Estado controlar o cumprimento da lei que prevê reserva legal de 80% das terras produtivas da região amazônica para manutenção de mata nativa.

A abertura para a inclusão de árvores exóticas na conta se deu em agosto. Com isso, o governo diz já ter autorizado o plantio de 222 milhões de árvores, quase um quarto
da meta.

Na conta entram projetos de empresas como a Vale, que pretende arrendar propriedades para plantar eucalipto.

Para especialistas, espécies exóticas têm desvantagens. Além de não reconstruir a biodiversidade amazônica, tendem a gerar concentração de terras (o que aumenta a disputa e a violência fundiária) e, para alguns, prejudicam o solo.

"Se o foco é mesmo o reflorestamento, o eucalipto está longe de ser o ideal, principalmente por não reproduzir a biodiversidade", diz o pesquisador Paulo Barreto, do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

Segundo Barreto, o programa "1 Bilhão de Árvores para a Amazônia" foi lançado precocemente para aproveitar uma visita do presidente Lula a Belém e isso acabou exigindo alterações posteriores.

Para o engenheiro florestal Nilton José Sousa, o eucalipto não tem características de regeneração, mas também não há provas de que seja mais nocivo que qualquer outra monocultura. "Por ser mais viável economicamente, pode ser uma saída para áreas degradadas, já que teria impacto social positivo", afirma.
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(João Carlos Magalhães/Roberto Madureira/Gustavo Hennemann)
Imagem: Antônio Gaudério

sábado, 28 de novembro de 2009

Paisagens saborosas



Confira o curioso e belo trabalho do fotógrafo londrino Carl Warner. A sua série "Foodscapes" é uma sequência de lindas paisagens montadas com alimentos.
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Comunicado dos ocupantes da FUNAI em defesa do Santuário dos Pajés

Nós, cidadãos, ambientalistas, artistas, estudantes e outros setores da sociedade, identificados como defensores dos direitos humanos, amparados no decreto 6044 de 2007, nos encaminhamos hoje, no dia 26 de novembro à Praça do Compromisso, do índio Galdino, e depois à FUNAI, afim de entregar uma lista de assinaturase em prol da demarcação do Santuário dos Pajés, na reserva do bananal e receber algum posicionamento oficial da FUNAI (Presidencia e diretoria de assuntos fundiários) a respeito da recomendação número 5/ 2009, de março, baseado em laudos antropológicos da FUNAI e do próprio MTF, de que se firmasse o seu grupo técnico, único responsável competemte para pronunciar sobre a demarcação da terra indígena.

Fizemos isso por nossa conta enquanto sociedade civil em apoio a única comunidade de índios do "noroeste" que jamais cogitou receber dinheiro ou outro terreno para deixar o local, à comunidade FULNIÔ-TAPUYA do Santuário dos Pajés por tratarem a terra como espaço sagrado à décadas, preservam aquele cerrado e pedem a demarcação que torna a terra inalienável. Entendemos que isto, além de ser uma retratação importante de Brasília com os indígenas, é uma retratação imprescindível do Brasil com os mesmos.

Em nome de uma maior qualidade de vida para todos, em defesa dos direitos humanos fundamentais e de uma postura de respeito democrático do GDF com a população que sofre os efeitos de suas decisões, independentemente da posição das comunidades indígenas, decidimos aguardar o posicionamento da FUNAI quanto a esta questão que nos afeta diretamente como cidadãos e cidadãs brasilienses, permanecendo no gabinete até lá.

Assinado
Coletivo de defensores dos direitos humanos ocupantes do gabinete da presidência da FUNAI.
Fonte: CMI

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Países Amazônicos assinam "Declaração de Manaus', um novo acordo sobre o clima

O pacto criado no segundo dia do evento, estabelece metas comuns a serem defendidas pelas nações participantes

Do Portal Cultura
Com Informações de Agências de Notícias
Os nove países amazônicos assinaram nesta quinta-feira (26), um acordo, conhecido como 'Declaração de Manaus'. O pacto assinado no segundo dia da Conferência Climática realizada na capital amazonense, estabele metas comuns a serem defendidas pelas nações participantes do evento. Apesar de não impedir que os integrantes tenham suas próprias reinvindicações em Copenhague, capital da Dinamarca, sede do evento que gerou o de Manaus.

“Esse texto vai balizar nossas posições, mas longe de nós querer dizer que opinião ou posição um país pode ou não ter em Copenhague. O documento não pode ferir a soberania dos estados”, disse Lula.

Na declaração, os países participantes apoiam a meta estabelecida pela ONU, de redução global de 40% na emissão de gases do efeito estufa até 2020. No encontro que contou com apenas três dos nove presidentes convidados, Lula ressaltou a importância do evento.

"Vocês tem noção de quantas vezes os meus ministros firmam acordos mundo afora em nome do Brasil sem a presença do presidente?”, perguntou. “O documento que nós assinamos aqui tem a mesma validade que teria se estivessem todos os presidentes aqui”, afirmou Lula.

O presidente francês Nicolas Sarkozy, que participou como convidado da Guiana Francesa, por sua vez, preferiu destacar a importância da transferência de recursos para os países em desenvolvimento preservarem suas florestas.

“São necessários créditos não só no longo prazo, mas também imediatos para esses países (em desenvolvimento)”, disse. “Em Copenhague, é essencial que cheguemos a números concretos tanto de redução de emissões como de ajuda financeira aos países mais pobres”, afirmou Sarkozy que propõe a Europa destinar 20% de US$ 10 bilhões de dólares à preservação florestal até 2012.

Além disso, o presidente francês defende a taxação sobre transações financeiras para compor estas fontes de financiamento.

A 'Declaração de Manaus" reafirmou a contribuição de 0,5% a 1% do PIB dos países desenvolvidos para ações em clima por parte dos países em desenvolvimento".

Observatório do Clima lança manifesto sobre Redd


Documento assinado por representantes de ONGs, dentre elas a CI-Brasil, aborda princípios e salvaguardas relacionados à redução de emissões de gases estufa por desmatamento e degradação.

A CI-Brasil e outras ONGs parceiras integrantes do Observatório do Clima, lançaram hoje o Manifesto sobre Princípios e Salvaguardas para a Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd).O objetivo do documento é esclarecer dúvidas sobre o Redd, que é um mecanismo que possibilitará países detentores de florestas tropicais receberem compensação pela manutenção dessas florestas, contribuindo para a mitigação da mudança do clima.Segundo o documento, no caso do Brasil, o Redd pode contribuir para o estabelecimento de uma nova economia que valorize a floresta em pé.

Sobre o Observatório do Clima:
O Observatório do Clima é uma rede brasileira de articulação sobre o tema das mudanças climáticas globais estabelecida em 23 de março de 2002. Atualmente, a coordenação está a cargo de André Ferretti, da Fundação O Boticário. Além de discussões com especialistas sobre as mudanças climáticas, o Observatório promove a articulação de entidades da sociedade civil para pressionar o governo por ações contundentes pela mitigação e adaptação do Brasil em relação à mudança do clima.

Mais informações em http://www.oc.org.br
(Envolverde/Conservation International do Brasil)

Fundação Telefônica torna global o portal EducaRede


Trata-se de iniciativa inovadora e pioneira pela integração educativa entre nações ibero-americanas. Internautas irão dispor de um conteúdo ampliado e trocar experiências com usuários do portal em outros países.

O EducaRede, portal educativo da Fundação Telefônica voltado para a inovação tecnológica na educação, passa a ser global. O anúncio foi feito em Madri, pelo vice-presidente executivo da instituição na Espanha, Javier Nadal, durante a realização do V Congresso Internacional EducaRede. Com isso, o conteúdo dos portais dos oito países que desenvolvem o programa será unificado, resultando em uma ampliação de perspectiva para seus usuários e em uma iniciativa inovadora.

O EducaRede, cujo objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade da educação por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação, é desenvolvido na Espanha, Brasil, Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Colômbia e México. No país, foi criado há sete anos e tem atraído um número cada vez maior de educadores, pais e alunos para a interatividade educativa na internet. Na Espanha, o portal existe há 10 anos. Até aqui, o EducaRede era considerado um projeto internacional, que combinava filosofia global com atuação local, composto de portais individualizados por país.

No Brasil, são aproximadamente 200 mil cadastrados e é registrada uma média anual de 2,3 milhões de visitas. No mundo todo, o EducaRede possuía, em 2008, mais de 32 milhões de participantes e aproximadamente 267 mil pessoas registradas em 79 comunidades virtuais que desenvolvem ações de natureza colaborativa. A criação e o desenvolvimento da nova plataforma foi um processo que tomou aproximadamente dois anos, envolvendo estudos, testes e debates entre todos os países envolvidos.

O novo portal unificará a ação das equipes do EducaRede em todo o mundo, dando acesso a conteúdos, ferramentas e serviços, ao mesmo tempo, globais e personalizados. Para o presidente da Fundação Telefônica no Brasil, Sérgio Mindlin, o portal global permitirá uma troca intensa de experiências no âmbito da ibero-américa: “O portal será mais dinâmico e moderno e propiciará uma ampliação extraordinária de visão, uma oportunidade única de integração ibero-americana, já que a realidade de cada país participante será compartilhada, sem que se percam as especificidades locais”, afirma.

Como vai funcionar

Para os usuários brasileiros, a URL do portal continuará a mesma, ou seja, www.educarede.org.br. Até o dia 15 de dezembro, o internauta ainda irá visualizar a homepage do Brasil, onde haverá indicações e links para o conteúdo do portal global. Já a partir dessa data, o usuário passará a entrar diretamente no portal global. Quando o internauta fizer o acesso, será identificado pelo IP, e a home do novo portal se abrirá para o usuário brasileiro em Português.

Os conteúdos dos portais de cada país serão preservados, mas sofrerão uma reclassificação, gerando assim a formatação de um novo menu. Desta forma, a seção “Turbine sua aula”, por exemplo, ficará dentro do ícone “Práticas”. Para localizar as seções, o internauta terá o recurso da busca por palavra-chave ou através do mapa do site. Algumas funções estarão em período de adaptação, mas a previsão é de que toda a migração seja concluída até março. O portal será bilíngüe, com conteúdos traduzidos para o Espanhol e para o Português. O usuário do Brasil – único país com o idioma Português – disporá de uma ferramenta de tradução automática para blogs, chats e fóruns

“O EducaRede continuará sendo um portal para professores, pais e alunos e terá um caráter ainda mais forte no eixo da inovação pedagógica e tecnológica”, antecipa Mindlin. Segundo ele, abre-se a possibilidade, a partir de agora, do desenvolvimento de projetos globais e multipaíses, além das iniciativas locais.

Aliás, alguns dos projetos já em andamento no Brasil passarão a ter caráter global, como acontecerá com a comunidade “Minha Terra”. Neste caso, o aluno brasileiro terá a oportunidade de conhecer não apenas a realidade regional brasileira, mas a de outros países também. O contrário também ocorrerá, ou seja, projetos argentinos ou chilenos, por exemplo, poderão ser desenvolvidos no Brasil. “Propiciar a integração de todas essas iniciativas é um grande avanço e quem ganha com isso são os próprios usuários”, enfatiza o executivo.

Sobre a Fundação Telefônica
Criada em 1999 com o objetivo de coordenar o investimento social do Grupo Telefônica no Brasil, a Fundação Telefônica completa 10 anos de atuação no País. Nesse período, mais de 500 mil pessoas foram beneficiadas direta ou indiretamente com os projetos de desenvolvimento social, que têm como eixos centrais a consolidação dos direitos das crianças e dos adolescentes e a melhoria da qualidade da educação pública. Hoje, seus principais programas são o Pró-Menino e o EducaRede. A Fundação Telefônica mantém ainda os programas Arte & Tecnologia e Voluntários Telefônica.
(Envolverde/Fundação Telefonica)

Imazon: desmatamento volta a aumentar em outubro


Por Bruno Calixto, do Amazônia.org.br

Todos os Estados da Amazônia apresentaram maior devastação em outubro de 2009 do que no mesmo mês do ano passado, com exceção do Mato Grosso, que diminuiu o desmate em 17%.

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou nesta quinta-feira (26/11) os dados do desmatamento da Amazônia Legal em outubro de 2009. De acordo com o boletim Transparência Florestal, foram registrados 194 km² de desmatamento. Esse número é 90% maior do que o registrado em outubro do ano passado (102 km²).

O desmatamento acumulado entre agosto e outubro de 2009 (três primeiros meses do calendário de monitoramento do desmate) foi de 682 km², o que também representa um aumento se comparado ao mesmo período de 2008, só que menor: 30%.

O Imazon também detectou 104 km² de florestas degradas em outubro. Florestas degradadas são áreas florestais que sofreram queimadas ou destruição parcial, mas que ainda possuem florestas.

Geografia do desmatamento

O Pará continua sendo o Estado campeão de desmatamento. Considerando os três primeiros meses do calendário de desmatamento, 52% do desflorestamento foi detectado no Estado. "Em seguida aparece o Mato Grosso com 14%, seguido de perto por Rondônia com 13% e Amazonas com 12%. Esses quatro Estados contribuíram com 91% do total desmatado no período", diz o boletim.

Em termos relativos, o aumento mais expressivo ocorreu em Roraima, onde se registrou 209% de quilômetros quadrados desmatados a mais do que no mesmo período do ano passado, seguido por Acre (149%), Rondônia (119%), Amazonas (64%) e Pará (20%). O único Estado que apresentou redução na quantidade desmatada foi Mato Grosso: -17%.

Em termos de situação fundiária, a maioria dos desmatamentos ocorreu em áreas privadas ou de posse (83%); 9% do desmatamento ocorreu em Unidades de Conservação, 7% em Terras Indígenas e 4% em Assentamentos da Reforma Agrária.

Dados do SAD

Os dados do Imazon são feitos pelo Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora toda a Amazônia Legal, com exceção do Maranhão, via satélite. Não se tratam dos dados oficiais, que são monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No mês de outubro de 2009, o SAD conseguiu monitorar 83% da Amazônia, pois 13% do território estava coberto por nuvens. Segundo a avaliação dos dados, 30 km² de desmatamento detectado podem ter acontecido no mês anterior.
(Envolverde/Amazônia.org.br)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Livro: Grandes Expedições à Amazônia Brasileira



Grandes Expedições à Amazônia Brasileira é uma inédita síntese textual e iconográfica sobre uma região que combina fascínio, cobiça, esperança, devaneio e aventura. O livro, recém-lançado pela editora Metalivros, destaca-se pela quantidade e diversidade de viagens, a riqueza das narrativas e os registros materiais (são cerca de 280 imagens, entre mapas, desenhos, fotografias ou coleções). O texto do especialista João Meirelles Filho resulta de quase vinte anos de pesquisa histórica e envolvimento em iniciativas de educação, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social na região amazônica. A obra, de 244 páginas, tem tiragem inicial de 3.000 exemplares.

O projeto, concebido pelo autor em conjunto com o editor Ronaldo Graça Couto, adota a estratégia de restringir o tema do ano de 1500 até as viagens de Rondon nos anos 1930 – visto que a partir disso a quantidade de expedições se multiplica exponencialmente em busca de riquezas, pesquisas de toda sorte ou mesmo de aventuras. “É a primeira obra a tratar do legado dessas incursões que tanto fizeram evoluir o conhecimento sobre a Amazônia localizada em território nacional”, diz Ronaldo da Graça Couto.

As 42 viagens selecionadas são apresentadas em ordem cronológica, a partir do momento em que a primeira expedição européia adentra a Amazônia. Cada capítulo está organizando em igual sequência, segundo a seguinte itemização: data da expedição; contexto histórico e cultural; líder (a biografia do líder ou dos líderes); principais colaboradores; percurso; obra (produção escrita e iconográfica); e principais contribuições. Em vista dessa organização, a primeira forma de ler a obra é simplesmente seguir a cronologia apresentada. Porém cada capítulo pode ser lido, aleatoriamente, em separado, já que trata de uma única expedição.
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O verde indesejado do Pantanal


Andreia Fanzeres

Um dos nomes mais recorrentes na lista de problemas ecológicos nas áreas protegidas brasileiras se chama braquiária. Este tipo de capim se reproduz a uma rápida velocidade e substitui campos nativos de maneira quase incontrolável. O que pouca gente sabe é que até as áreas úmidas estão sendo acometidas pela propagação de outra espécie exótica e invasora com uma característica que a coloca em grande vantagem para colonizar o Pantanal: a braquiária d’água (Brachiaria subquadripara). Ela é uma das raras plantas que se dão muito bem em ambientes aquáticos, por isso tem silenciosamente impactado este que é tido como o bioma mais preservado do país.

Quem entende de Pantanal não tem dúvidas sobre a gravidade da expansão dessa espécie africana pelas áreas alagadas da planície. Apesar disso, ainda não existe no Brasil nenhum projeto de grande escala que tenha mapeado ou esteja acompanhando a expansão da braquiária d’água na região, que tem forte capacidade competitiva com a flora nativa e dificilmente sofre pressões negativas, como predação e parasitismo. “Hoje ela é considerada a pior planta daninha aquática. Foi encontrada no interior do Parque Nacional do Pantanal (MT), na reserva particular Sesc Pantanal (MT), e lagoa do Jacadigo (MS), ao sul de Corumbá”, lembra o agrônomo Robinson Pitelli, da UNESP de Jaboticabal. A espécie também já foi vista dentro da reserva particular do patrimônio natural Dorochê, administrada pela Fundação Ecotrópica.

Arnildo Pott, pesquisador aposentado da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, acredita que a braquiária d’água tenha chegado nos anos 80 ao Pantanal, embora colonize outras áreas do Brasil há muito mais tempo. Mas ela não atendeu as expectativas protéicas que os produtores tinham. Pitelli detalha. “No Pantanal, alguns fazendeiros viram nesta espécie a possibilidade de viabilizar pastagens em áreas úmidas e introduziram-na voluntariamente. Depois descobriram que este capim é tóxico para o gado, pois causa acúmulo de nitrato e outras substâncias e, então, ela foi abandonada por alguns. Mas se propaga facilmente por fragmentos, vai se quebrando e formando outras plantas”, descreve Pitelli. Nas margens dos rios, elas se desprendem junto com os camalotes (porções de vegetação que descem os rios do Pantanal em época de cheia) e se enroscam, compondo uma teia danosa à vida subaquática. “Ela cresce sobre os aguapés e forma uma manta. Isso os mata os aguapés e o nicho de reprodução dos peixes de couro fica prejudicado”, completa o pesquisador.
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Emissões aumentaram 62% em 15 anos

As emissões brasileiras de gases de efeito estufa aumentaram 62% entre 1990 e 2005. O número, apresentado nesta quinta-feira (25/11) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, fará parte do segundo inventário nacional de emissões, que deve ser apresentado à Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
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O total de emissões nacionais saltou de 1,4 gigatonelada para 2,2
gigatoneladas de gás carbono equivalente (a medida considera todos os gases de efeito estufa).

O inventário, que segundo Rezende, será apresentado para consulta pública no início de 2010 e concluído em dezembro, detalhará emissões dos setores de energia, processos industriais, agricultura, mudança de uso da terra e florestas - que inclui desmatamento - e tratamento de resíduos.

“Essas tabelas, os dados oficiais do governo, são praticamente essas do inventário. De agora até março, os números serão checados e verificados”, disse o ministro.
Pelos dados preliminares, todos os setores registraram crescimento das emissões. No caso do desmatamento, as emissões aumentaram 70% entre 1990 e 2005 e representam 57,5% das emissões totais do país. O segundo setor que mais contribui para o lançamento de gases de efeito estufa pelo Brasil é a agricultura, que representam 22,1% do total. Em 15 anos, as emissões do setor cresceram 41%.

O setor energético aumentou suas emissões em 68% e aumentou sua participação de 15,8% para 16,4% do total nacional. Na indústria, o aumento de emissões em 15 anos foi de 39%, mas a participação do setor para as emissões nacionais caiu de 2% para 1,7%. As emissões por tratamento de resíduos no mesmo período aumentaram 77%, passando de 2% para 2,2% do total de gases de efeito estufa emitidos pelo Brasil.

(Agência Brasil)

Divulgação científica e responsabilidade

1º Foro Iberoamericano de Divulgação e Comunicação Científica termina nesta quarta-feira, dia 25, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Fábio Reynol escreve para a "Agência Fapesp":

A informação científica não deve servir para ameaçar ou para agradar o cidadão, antes de tudo deve torná-lo responsável pela ciência que seu país produz. A afirmação, de Miguel Angel Quintanilla, diretor do Instituto de Estudos da Ciência e da Tecnologia (Ecyt, na sigla em espanhol) da Universidade de Salamanca, Espanha, foi feita no 1º Foro Iberoamericano de Divulgação e Comunicação Científica, realizado de 23 a 25 de novembro na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Quintanilla apresentou os dois principais modelos teóricos utilizados para estudar a divulgação científica, "Déficit Cognitivo" e "Contextual", e por fim mostrou a sua proposta batizada de "Perspectiva Cívica" por se basear nos princípios de cidadania.

O modelo de Déficit Cognitivo pressupõe uma sociedade dividida entre especialistas e leigos. Os primeiros detêm o conhecimento científico e os demais necessitam dessa informação especial. Segundo Quintanilla, trata-se de um modelo pragmático que preconiza que a sociedade deve conhecer a ciência a fim de apoiá-la.
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Clima: "Não podemos esperar para começar a agir", diz especialista

Quanto antes o Brasil entrar na rota do desenvolvimento de baixo carbono, melhor, afirma coordenador-geral do estudo sobre Economia da Mudança do Clima no Brasil (EMCB)

Herton Escobar escreve para "O Estado de SP":

Cortar ou não cortar emissões? Agora a decisão ficou fácil para o Brasil: "Cortar", diz o coordenador-geral do estudo sobre Economia da Mudança do Clima no Brasil (EMCB), Jacques Marcovitch. "Não há mais outra alternativa."

Assim como fez o Relatório Stern quatro anos atrás, diz ele, o EMCB mostra que reduzir a emissão de gases do efeito estufa para combater o aquecimento global agora é um investimento muito mais inteligente do que esperar para arcar com as suas consequências depois. "A inação será muito mais onerosa no futuro", afirma Marcovitch, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo ele, "o Brasil só tem a ganhar" com a opção por um desenvolvimento de baixo carbono, atrelado a metas de redução de emissões. "É um grande convite à inovação. Estamos desafiando as atuais e futuras gerações a assumir um padrão mais moderno de desenvolvimento."

Leia os principais trechos da entrevista exclusiva ao Estado:

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Gentilezas da blogosfera

A blogosfera, ou o vasto universo que reúne blogs do mundo todo, tem encontrado maneiras de incentivar e manter unidos parceiros de luta.Entre elas, estão os selos que são dados por nossos parceiros aos blogs que de alguma maneira merecem esta atenção.Assim, é com muita satisfação que agradeço a generosa escolha do nosso blog "Minha casa Meu mundo" feita pelo "Sustentabilidade é ação" como merecedor dos selos "Blogueiros unidos em prol de um mundo melhor" e "Ajude-me a viver".





Por minha vez, ainda que seja uma tarefa difícil escolher um número reduzido para fazer indicações, é com prazer que indico os seguintes selos:

Blogueiros em Prol de um mundo melhor" para:

Sustentabilidade É Acção
wagneroliveiragoias
Esse tal meio ambiente
Retrans
Rã-Bugio

O selo "Ajude-me a viver" para

Arca Brasil
Arte que ajuda os animais
Sustentabilidade É Acção
Fauna do Cerrado
BioTerra

Difícil momento para Abrolhos


Carlos Secchin*

O arquipélago dos Abrolhos está situado a 70km da costa sul da Bahia, sobre a maior extensão de nossa plataforma continental; ali, ela alcança 200 km. Próximo à borda da escarpa submarina, a profundidade não passa de 80 metros, o que, em termos de mergulho esportivo e comercial, é bastante razoável. Contudo, a parte mais interessante, que reúne o maior número de elementos da biodiversidade de ambientes de coral de todo o Atlântico Sul Ocidental, ocupa uma faixa de 25 metros, que vai do fundo até à superfície do mar. São as únicas e magníficas estruturas verticais coralíneas do mundo submarino que, finalmente, a 6 de abril de 1983, serviram de argumento definitivo para a criação – já tardia – do primeiro parque nacional marinho brasileiro.

É na região conhecida como Parcel dos Abrolhos, a pouco mais de uma milha a sudeste da ilha de Santa Bárbara – a maior entre as cinco ilhas do arquipélago –, que estão localizadas e concentradas as peculiares formações verticais que se assemelham a cogumelos gigantescos. Quando elas crescem próximas umas das outras, e o fazem com frequência, formam estreitas passagens, salões e amplas marquises, proporcionando um ambiente raro e rico em corais endêmicos. Esse fenômeno natural é descrito pelos trabalhos da geóloga marinha Zelinda Margarida Leão, da Universidade Federal da Bahia, como coalescência. Quando as colunas se expandem, formam uma única e grande estrutura vertical vazada por arcos, grutas e passagens, apoiada sobre o fundo por várias colunas recifais, servindo de abrigo para peixes e toda a sorte de organismos marinhos incrustantes se fixarem.

A transparência das águas da região dos Abrolhos varia de acordo com os ciclos da lua, com o vento e com as estações do ano. Espessa camada de carbonato de cálcio cobre o fundo e, facilmente, se deixa levantar, flutuando como uma nuvem fina de talco que pode prejudicar a qualidade da imagem e a visão do mergulhador, em especial quando reflete de volta a luz do flash do fotógrafo. Mesmo assim, os Abrolhos têm a reputação de ter o mais rico mergulho do Brasil, principalmente para as pessoas que buscam enriquecer seu conhecimento de biologia marinha, em detrimento de uma água azul oceânica; esta, muito clara, é pobre em sedimentos minerais e orgânicos que, por qualquer motivo, entram em suspensão. As desejadas águas roxas – ideais para a prática do mergulho – até podem nos surpreender nos Abrolhos, mas geralmente são raras e se mantêm afastadas durante grande parte do ano. Leia mais no ECO
Foto: www.abrolhos.wordpress.com

Mudança climática na Índia: Faça a sua geleira


Athar Parvaiz, da IPS

Para enfrentar os efeitos do aquecimento global nas montanhas do Himalaia, um indiano lançou uma ideia original que pode ser aplicada também em outras áreas do mundo: criar glaciais artificiais. Para esta árida região que raramente vê chuva, as geleiras são uma fundamental fonte de água, mas estão diminuindo rapidamente. Os agricultores encontram cada vez mais dificuldades para cultivar suas terras. A água é muito escassa quando mais necessitam dela para irrigar seus campos.Chwang Norphel, de 74 anos, ex-engenheiro civil do governo indiano, encontrou uma forma singular de enfrentar este problema. Não, não tem o poder de deter o derretimento dos gelos, mas é pioneiro na criação de geleiras artificiais que ajudam os agricultores a superarem a crise de irrigação na temporada de maior necessidade para o cultivo. Em entrevista à IPS, Norphel falou sobre sua invenção, que lhe valeu em seu país o apelido de “Homem glacial”, e também de suas lutas e suas esperanças.

IPS - A ideia de criar geleiras artificiais está lentamente ganhando ampla aceitação. Conte um pouco sobre o conceito geral.

Chewang Norphel - A criação de geleiras artificiais é uma técnica de conservação de água em altitude elevada diante da mudança climática. Os glaciais estão retrocedendo rapidamente, e os invernos ficam cada vez mais curtos e mais quentes. Assim, a pouca neve que cai derrete rapidamente. A água derretida da neve e das geleiras flui para os rios sem que possa ser usada (pelos agricultores) durante a maior parte do ano, e estes não podem encontrar nada de água quando precisam dela durante a temporada de nevadas.
Portanto, a construção de geleiras artificiais é um meio de coletar a água derretida para as necessidades de irrigação dos agricultores. Os glaciais naturais estão bem no alto das montanhas e derretem lentamente no verão. Assim, chegam às aldeias em junho, enquanto as geleiras artificiais começam a derreter na primavera, bem quando ocorre a primeira necessidade de irrigação, chamada “thachus”, que significa “água germinadora”.

IPS - Como são criadas as geleiras artificiais?

CN - Trata-se de uma técnica simples de coletar água, adequada para os desertos frios em elevada altitude que são totalmente dependentes das geleiras. A água derretida em diferentes altitudes é desviada para a parte da montanha que se encontra na sombra, de face para o norte, onde o sol do inverno é bloqueado pela pendente. Quando começa o inverno (boreal, em novembro) a água desviada flui para a parte inclinada da colina através de canais de distribuição desenhados de forma adequada.
São construídos muros de contenção de pedra em intervalos regulares, impedindo o fluxo de água e criando tanques pouco profundos. Nas câmaras de distribuição são instalados canos de 38 milímetros a cada 1,5 metro para haver um fornecimento adequado. A água flui em pequenas quantidades e baixa velocidade através da tubulação e se congela de forma instantânea. O processo de formação do gelo prossegue por três ou quatro meses de inverno, e uma grande quantidade de água congelada acumula-se na pendente da montanha. Isto é acertadamente chamado de “geleira artificial”.

IPS - Quantos agricultores são favorecidos pelas geleiras artificiais?

CN - Já que são construídas perto de uma aldeia, todas as famílias que a habitam se favorecem por igual. Oitenta por cento dos produtores de Leh (capital de Ladakh) dependem do derretimento dos glaciais para irrigar suas terras, onde cultivam verduras, cevada e trigo. Até agora criamos oito glaciais vizinhos a muitas aldeias, ajudando os agricultores que vivem nelas. Quando a instalação se estender a todas as aldeias, todos os produtores serão favorecidos.

IPS - Quais os outros benefícios das geleiras artificiais?
CN - Além de solucionar o problema de irrigação, ajudam a recarregar a água subterrânea e estimulam o rejuvenescimento que se produz na primavera. Permitem que os agricultores tenham duas colheitas ao ano, ajudam a desenvolver pastagens para o gado e conseguem reduzir as disputas entre os fazendeiros pela distribuição da água. Também ajudam a gerar confiança nos produtores de regiões áridas como Ladakh. Os aldeões podem ganhar dinheiro e continuar sendo agricultores.

IPS - Como o senhor teve essa ideia?

CN - Você sabe, nas regiões frias deixamos meio aberta a torneira de nossos banheiros durante as noites de inverno para impedir que a água congele no cano. Uma bela manhã me dei conta de que a água se congelava em nosso jardim. Me ocorreu que se poderia formar pequenas geleiras artificiais da mesma forma. Por ter viajado à maioria dos lugares da região como engenheiro do governo até 1986, conhecia sua completa topografia. Pensei que as áreas sombreadas nas cordilheiras baixas poderiam ser usadas para esse fim. Isso levou, em 1987, à criação da primeira geleira artificial na aldeia de Phuktse Phu usando este método simples.
IPS - Quanto custa criar uma geleira artificial?

CN - Depende do lugar. Geralmente, custa entre US$ 5 mil e US$ 6 mil.

IPS - O que mais é preciso para construir uma estrutura desse tipo?

CN - Os aldeões são os principais atores. Seu envolvimento é crucial para a sustentabilidade do projeto. Uma comunidade contribui para a construção e manutenção dos glaciais, tornando o projeto sustentável e benéfico no longo prazo.

IPS - De onde vem o financiamento para criar as geleiras artificiais?

CN - Os fundos para as geleiras artificiais perto da aldeia de Stakmo procedem do exército da Índia, enquanto para outros chegam dos programas governamentais de desenvolvimento hídrico. Recentemente, o Departamento de Ciência e Tecnologia começou a fornecer fundos para a reabilitação de geleiras artificiais danificadas. O financiamento é da organização não-governamental Projeto pela Nutrição em Leh.

IPS - Quais os desafios para se construir um glacial artificial?
CN - Dinheiro é um problema, porque demora muito para consegui-lo. Por outro lado, o interesse dos habitantes em ajudar começa a diminuir. Antes costumavam se apresentar como voluntários para a criação desses recursos coletivos, mas agora não. Conseguem grãos subsidiados do governo, o que os deixa um tanto indolentes. A falta de acesso das estradas e os altos custos do transporte de materiais são outros problemas que enfrentamos, pois temos de trabalhar a uma altitude de 4.600 metros acima do nível do mar.

IPS - Seu modelo de geleira artificial pode ser aplicado a outras partes?

CN - Como disse, a técnica é fácil e simples, e pode ser aplicada em regiões similares a Ladakh do ponto de vista climático e geográfico, como Spiti, em Hamachal Pradech, na Índia, ou em alguns países da Ásia central, com Cazaquistão e Quirguistão. Esta tecnologia pode ser aplicada em áreas que têm entre 4.666 e 5.333 metros de altitude, temperatura entre 15 e 20 graus negativos durante o inverno e longos períodos invernais de quatro a cinco meses, o que garante maior expansão e formação de geleiras.

IPS - Os líderes do mundo se reunirão em Copenhague em dezembro para uma conferência sobre a mudança climática. Como alguém que ajuda a enfrentar o problema da adaptação, qual sua mensagem para eles?
CN - Minha humilde sugestão aos povos das regiões que já sofreram o impacto da mudança climática ou sofrerão no futuro é que devem agir. Para os líderes mundiais, meu humilde pedido para que trabalhem duro a fim de elaborar um acordo que salvaguarde o futuro e os interesses da população de todo o planeta.

(Envolverde/IPS)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Emissão de peso na Amazônia


Da Amazônia foram lançadas na atmosfera uma média de 800 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano entre 1998 e 2008, apenas com desmatamento. A margem de erro é de 15%, para cima e para baixo. A taxa chega perto ao crescimento das emissões dos Estados Unidos entre 1990 e 2007 - 830 milhões de toneladas de CO2 equivalente - conforme dados das Nações Unidas (ver aqui). As emissões globais de CO2, juntando as “mudanças no uso da terra”, como desmatamento e agricultura, com a queima de combustíveis fósseis é de 32 bilhões de toneladas anuais.

Isso posiciona a contribuição do bioma entre 1,1% e 1,9% das emissões globais e representa entre 16% e 20% das emissões brasileiras de todos os setores, em 2008. As estimativas foram apresentadas hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Brasília. Pará, Mato Grosso e Rondônia, estados campeões de desmatamento neste período, são as unidades da Federação que mais contribuíram com as emissões brasileiras.

Para que o Brasil atinja sua meta de chegar em 2020 com um corte nacional de até 40% nas emissões, a contribuição anual da Amazônia deverá passar dos 800 milhões de toneladas anuais de CO2 medidas naquela década para 200 milhões de toneladas anuais. A taxa de sete mil quilômetros quadrados desmatados entre 2007 e este ano passado é importante, mas é preciso manter as derrubadas sob controle, mesmo com crescimento da economia. Anos eleitorais, como o que chega, registram picos históricos de desflorestamento.
Leia mais no ECO

SP tem novo manual on-line de controle de população de cães e gatos

Folha Online

A Secretaria de Estado da Saúde colocou hoje na internet um manual para controle da população de cães e gatos.

O material deve ser utilizado por prefeituras para que implementem ações para evitar o aumento do número de animais nas ruas. Eles acabam levados para os centros de zoonoses, que ficam lotados --especialmente após a proibição da eutanásia no Estado, no ano passado.

Todos os 645 municípios paulistas devem seguir as recomendações do manual, que passou por uma ampla revisão e inclui questões de saúde, legislação, técnicas de manejo, controle de reprodução e outros.

O manual segue recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Além do manual a Secretaria implantou o curso de Foca (Formação de Oficiais de Controle Animal).

O curso tem a finalidade de contribuir para a capacitação de veterinários, gestores dos serviços de controle de zoonoses e funcionários.

Boaventura
De Copenhague a Yasuní

Por Boaventura de Sousa Santos
Buenos Aires, Página 12, 19.11.2009
Como ya se preveía, la próxima Conferencia de la ONU sobre Cambio Climático --que se celebrará en Copenhague del 7 al 18 de diciembre-- será un fracaso que los políticos intentarán disimular apelando a expresiones como "acuerdo político" o "un paso importante en la dirección correcta". El fracaso reside en que, contra los compromisos asumidos en las reuniones anteriores, en Copenhague no se aprobarán topes jurídicamente vinculantes para reducir las emisiones de los gases que provocan el calentamiento global, cuyo peligro para la supervivencia del planeta ya ha sido suficientemente demostrado como para que el principio precautorio deba ser aplicado. La decisión fue tomada en la reciente Cumbre de Cooperación Asia-Pacífico y, otra vez, fue dictada por la política interior de los Estados Unidos: en lucha por la reforma del sistema de salud, el presidente Obama no quiere asumir compromisos al margen del Congreso norteamericano, y no puede o no quiere involucrarlo en una decisión que implique medidas hostiles al fuerte lobby del sector de las energías no renovables. De esta manera, los ciudadanos del mundo asistirán nuevamente el desolador espectáculo de políticos irresponsables y de intereses económicos demasiado poderosos para ser sometidos al control democrático. Y así será hasta que se convenzan de que está en sus manos construir formas democráticas más fuertes, capaces de impedir la irresponsabilidad de los políticos y el despotismo económico.

Sin embargo, la reunión de Copenhague no será totalmente en vano. Su preparación permitió que se conocieran mejor movimientos e iniciativas de las organizaciones sociales y los Estados, que revelaron una nueva conciencia ambiental global y otras oportunidades de innovación política. Una de las propuestas más audaces e innovadoras es la Iniciativa ITT de Ecuador, presentada por primera vez en 2007 por el entonces ministro de Energía y Minas, el gran intelectual y activista Alberto Acosta, más tarde presidente de la Asamblea Constituyente. Se trata de un ejercicio de corresponsabilidad internacional que apunta a una nueva relación entre países desarrollados y países menos desarrollados, y también a un nuevo modelo de desarrollo, el modelo de pos-petrolífero. Ecuador es un país pobre a pesar de (o a causa de) que es rico en petróleo y su economía depende en gran medida de la exportación de petróleo: el producto petrolífero constituye el 22 por ciento del PIB y el 63 por ciento de las exportaciones. En la Amazonia, la destrucción humana y ambiental causada por este modelo económico es verdaderamente chocante. Como resultado directo de la explotación petrolera de Texaco (luego Chevron) entre 1960 y 1990, desaparecieron por completo dos pueblos amazónicos, Tetetes y Sansahauris. La iniciativa ecuatoriana pretende romper con el pasado y propone lo siguiente. El Estado ecuatoriano se compromete a dejar en el subsuelo reservas de petróleo estimadas en 850 millones de barriles en tres pozos -Ishpingo, Tambococha y Tiputini (de ahí el acrónimo ITT)- del parque nacional amazónico Yasuní, si los países más desarrollados compensan a Ecuador con la mitad de los ingresos que dejaría de tener como resultado de esa decisión. Los cálculos indican que la explotación generaría, a lo largo de trece años, ingresos por 4 a 5 mil millones de euros y liberaría en la atmósfera 410 millones de toneladas de dióxido de carbono. Esto no ocurrirá si Ecuador es compensado con cerca de 2 mil millones de euros mediante un compromiso doble. Ese dinero se destinará a inversiones ambientalmente adecuadas: energías renovables, reforestación, etc.; el dinero se recibiria bajo la forma de certificados de garantía, un crédito que deberia ser devuelto a los países "donantes", con intereses, si Ecuador explota el petróleo, una hipótesis poco probable dada la doble pérdida que implicaría para el país (la pérdida del dinero recibido y la ausencia de ingresos petroleros durante varios años, entre la decisión de volver a explotar y la primera exportación).

A diferencia del Protocolo de Kyoto, esta propuesta no pretende crear un mercado de carbono, sino evitar que éste sea emitido. No se limita, por tanto, a apelar a la diversificación de las fuentes energéticas; sugiere la necesidad de reducir la demanda de energía, cualesquiera sean sus fuentes, lo que implica un cambio en el estilo de vida que, sobretodo, será difícil en los países más desarrollados. Para ser eficaz, la propuesta debería ser parte de otro modelo de desarrollo y ser adoptada por otros países productores de petróleo. El sustento de la propuesta es la nueva Constitución de Ecuador, una de las más progresistas del mundo, que, a partir de las cosmovisiones y las prácticas indígenas de lo que llaman "buen vivir" (Sumak kawsay) -basadas en una relación armoniosa entre los seres humanos y no humanos, incluyendo lo que en la cultura occidental se conoce como la naturaleza-, propone una concepción nueva y revolucionaria de desarrollo, centrada en los derechos de la naturaleza. Este concepción debe interpretarse como una contribución indígena para el mundo entero, pues gana adeptos en sectores cada vez más amplios de la ciudadanía y los movimientos sociales, a medida que se va volviendo evidente que la degradación ambiental y la depredación de los recursos naturales, además de insostenibles y socialmente injustas, conducen al suicidio colectivo.

¿Utopía? La verdad es que Alemania ya se comprometió a entregar a Ecuador 50 millones de euros por año durante los trece años en que el petróleo podría ser explotado. Un buen comienzo.

* Doctor en Sociología del Derecho, profesor de la Universidad de Coimbra (Portugal) y de la Universidad de Wisconsin (EE.UU.).

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Níveis de gases-estufa batem recorde na atmosfera, diz ONU


No pior cenário traçado pelos cientistas de uma comissão da ONU em 2007, a temperatura média do planeta subiria entre 2,4 e 6,4 graus Celsius até o final do século. Isso provocaria inundações, secas, degelo das calotas polares e outros problemas climáticos.

Por Robert Evans
As concentrações de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera estão no maior nível já registrado e continuam aumentando, disse na segunda-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM, um órgão da ONU).

O diretor da agência, Michel Jarraud, disse que essa tendência pode estar levando o mundo para os cenários mais pessimistas com relação ao aquecimento global nas próximas décadas, caso não haja uma ação urgente.

O G-8 e outras grandes economias concordaram, em uma cúpula na Itália em julho passado, em limitar o aumento para até 2 graus Celsius.

Em entrevista coletiva em Genebra, a propósito do lançamento oficial do Boletim do Gás do Efeito Estufa, uma publicação anual, Jarraud disse que "o conteúdo de CO2 (dióxido de carbono, o mais comum dos gases-estufa) na atmosfera subiu ligeiramente mais rápido em 2008 do que ao longo da última década, quando a taxa de crescimento era de 1,9 parte por milhão (ao ano)".
Segundo ele, a concentração de CO2 atingiu 385,2 partes por milhão em 2008, um aumento de 2 partes por milhão em um ano.

GASES-ESTUFA EM NÍVEIS RECORDE

"Em 2008 as concentrações mundiais de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera atingiram os maiores níveis registrados desde a época pré-industrial", disse o OMM.

O dado deve ser levado em conta na reunião ministerial da ONU entre 7 e 18 de dezembro, em Copenhague, que discutirá a adoção de um novo tratado climático global.

Um dos principais itens a serem discutidos são as metas de redução das emissões de gases-estufa por causa da queima de combustíveis fósseis, especialmente nos países industrializados.
Jarraud disse que o relatório mostra que "estamos realmente mais próximos do cenário mais pessimista" e "reforça o fato de que uma ação tem de ser tomada assim que possível". "Quanto mais adiarmos a decisão, maior será o impacto".

A OMM coordena a observação dos gases do efeito estufa na atmosfera por meio de uma rede de estações em mais de 50 países. Esse boletim anual tem sido divulgado desde 2005.

Jarraud disse que o aumento das emissões nos últimos anos mostra a ineficácia do atual tratado climático global, o Protocolo de Kyoto, aprovado em 1997. "Mas, sem ele, a situação hoje seria bem pior," admitiu.
(REUTERS/UOL)

Darwin, 150 anos depois

Se o genoma é uma receita de bolo e os genes, seus ingredientes, a diferença entre homem e macaco pode não ser mais do que uma cereja evolutiva

Herton Escobar escreve para "O Estado de SP":

A evolução da ciência nos últimos 150 anos, desde a publicação de "A Origem das Espécies", permitiu comprovar e detalhar muitas das teorias propostas por Charles Darwin, mas ainda não conseguiu elucidar uma das questões mais inquietantes que derivam de sua obra: O que nos faz humanos? Se homens e chimpanzés pertencem a uma mesma família, como podem ser tão diferentes?

Parte da resposta é que não somos tão diferentes assim. Pesquisas genéticas realizadas nos últimos anos revelam que humanos e chimpanzés são ainda mais próximos do que Darwin poderia imaginar. Quando os genomas das duas espécies são colocados lado a lado, a sequência das letras de seu DNA é praticamente idêntica: quase 99% de semelhança.

Se o genoma é uma receita de bolo e os genes, seus ingredientes, a diferença entre homem e macaco pode não ser mais do que uma cereja evolutiva. Nem ratos e camundongos são tão parecidos (91% de similaridade). É a prova de que Darwin, mesmo sem saber nada de genética - porque não existia genética na sua época-, estava certo em pendurar o homem na árvore genealógica dos primatas.

Ao mesmo tempo que ajudam a responder, porém, as informações genômicas acrescentam um novo grau de complexidade à questão. Se homens e chimpanzés são quase idênticos "por dentro", geneticamente, como podem ser tão diferentes "por fora", em sua anatomia, comportamento e capacidade cognitiva?

O que há de tão especial no 1% que diferencia as duas espécies? Quais foram as mutações essenciais que permitiram ao Homo sapiens desenvolver a destreza e a inteligência necessárias para construir cidades, escrever livros e questionar sua própria evolução?

A resposta completa parece estar pulverizada pelo genoma. A maioria dos cientistas já desistiu de encontrar um ou dois genes "mágicos" da natureza humana - algo como um "gene da inteligência" ou um "gene do bipedalismo".

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Orelhão itinerante chega ao Rio, Recife e Manaus


Para aproximar a população brasileira do debate sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global, o Greenpeace está colocando em várias cidades do país um orelhão itinerante. Esta semana (de 23 a 27/11), o orelhão funcionará no Rio de Janeiro, em Recife e em Manaus.

A ideia da iniciativa é que as pessoas liguem para o gabinete da Presidência da República e para a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para pedir aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama que estejam presentes à 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-15), em Copenhague, na Dinamarca. Antes de ligar, a população recebe informações sobre as mudanças climáticas e a Conferência de Copenhague
Em São Paulo e Salvador, o orelhão está funcionando desde 16 de novembro.

Agência Brasil/Mercado Ético

Favelas são ecológicas

Stewart Brand pode ser chamado de agitador intelectual. Seu primeiro grande sucesso foi criar na década de 60 o Whole Earth Catalog (Catálogo de Toda a Terra), uma publicação de contracultura que listava produtos e tecnologias direcionados ao estilo hippie autosuficiente. Steve Jobs, fundador da Apple, chamou a publicação de precursora da internet. Está por trás também da Global Business Network e a The Long Now Foundation, duas entidades direcionadas a pensar estratégias para resolver os problemas de um mundo em rápida mudança.

Sua última realização é o livro Whole Earth Discipline: an ecopragmatist manifesto (algo como Ciência da Terra como um todo: um manifesto ecopragmático). Nele, Brand prega as vantagens da urbanização e preza as favelas como a porta de saída para os pobres do campo, que vivem da agricultura de subsistência. O vídeo da TED Talks é imperdível pelas imagens e pela defesa franca e politicamente incorretas de ideias para salvar o meio ambiente como energia nuclear, transgênicos e reengenharia do clima.

Eis aqui bom trecho de uma entrevista recente de Brand para a revista Wired:

"As cidades tiram as pessoas da agricultura de subsistência, a qual é ecologicamente devastadora, e também desativam a bomba populacional. Nas vilas, as mulheres passam o tempo laborando no campo, sem pagamento, ou tendo um monte de crianças. Quando as mulheres se mudam para as cidades, a melhor opção é ter menos filhos e dar a eles alguma educação, alguma oportunidade econômica. As mulheres se tornam importantes, criaturas poderosas nas favelas. Com frequência, são elas que lideram as organizações comunitárias, além de serem consideradas as mais confiáveis devedoras dos programas de micro empréstimos.Outros links no ECO

Possível fraude no site de Homero Pereira (PR-MT) na enquete sobre sobre o Código Florestal

O leitor Leonan Bernardini escreveu para O Eco alertando sobre uma possibilidade de fraude na enquete sobre o Código Florestal que o deputado ruralista Homero Pereira (PR-MT) mantém em seu site desde 2007. Basta votar, fechar e abrir novamente o browser do computador para que a mesma pessoa possa votar quantas vezes quiser. Nesta segunda-feira, 23 de novembro, 59% dos votos da pergunta “Você concorda com a mudança no Código Florestal?” apontavam para o “sim” e 38% para o “não”. De acordo com a assessoria de imprensa do parlamentar, a votação não é embasada em nenhum critério científico e serve apenas como “termômetro”. E não vê problema caso alguém queira votar várias vezes. O ECO

domingo, 22 de novembro de 2009

Ajude a ASSOCIAÇÃO MATO-GROSSENSE VOZ ANIMAL com um voto

Vote aqui

Seu voto pode ajudar a ONG ASSOCIAÇÃO MATO-GROSSENSE VOZ ANIMAL - AVA


Contamos com a ajuda de todos para vencermos o concurso cultural "Feliz Natal com Max", da Total Alimentos.

Você pode ajudar de 2 formas:

1 - Votando nesta ONG pelo site - basta acessar o site da Total Alimentos: www.totalalimentos.com.br clicar no banner da campanha e votar em nossa ONG.Também é possível votar clicando diretamente Vote aqui

2 - Junte os códigos de barras de qualquer alimento da Linha Max (pode ser para Cães e/ou para Gatos) e entregue na ONG. A Total Alimentos trocará estes códgos por alimentos para os animais abrigados nesta instituição

Contamos com sua ajuda participe!

História dos quilombos é marcada por lutas e desigualdades sociais, afirmam especialistas

Os primeiros quilombolas surgiram no período colonial, quando escravos fugiam das fazendas e das pequenas propriedades onde trabalhavam de maneira forçada, para formar pequenos vilarejos. Da escravatura à democracia, muita coisa mudou, mas os ideiais dos moradores dessas comunidades ainda permanecem: o desejo a terra, o acesso à informação, a preservação dos costumes dos povos e, principalmente, o direito à liberdade que a Constituição brasileira assegura.

Marcados por seus ideiais, as comunidades quilombolas têm sido alvo de estudos comportamentais e, posteriormente se tornam pesquisas de graduação, mestrado e doutorado. É o caso de Marcos Vinícius de Brito, graduado em história, desenvolveu como trabalho de conclusão de curso uma pesquisa sobre a cultura afro-brasileira e cita em um trecho do trabalho a maior comunidade quilombola do Brasil: os Calungas, que vivem na região de Cavalcante, interior de Goiás. Durante o estudo, ele pôde comprovar e desmistificar algumas questões desse povoado.

“Estudei a fundo na história dos quilombos. Percebi que a maioria das comunidades, apesar de preservar um pouco da própria cultura religiosa, cultuavam muito o catolicismo. Embora venham de uma tradição afrodescendente, sequer gostam de mencionar, por exemplo, a questão dos orixás.”

O acesso à educação, à tecnologia e à própria saúde ainda é desafio às comunidades quilombolas que inicialmente precisam lutar pela posse da terra e, a partir desse ponto, reconhecidos legalmente, buscar melhorias para a população integrante. A professora e doutora em história, Joelma Rodrigues, afirma que a questão quilombola sofre influências da localidade que ocupa.

“Ainda há uma disparidade muito grande em relação às comunidades quilombolas. As que ficam próximas aos centros urbanos têm acesso a educação. É preciso que essa população estude sua própria história para não correr o risco de desaparecer. Ainda temos o ponto da legalização das terras, que envolvem fatores políticos e econômicos.”

O deputado federal Chico Alencar (P-SOL-RJ) acredita que as comunidades quilombolas serão preservadas para manter viva a cultura e a própria construção histórica no país. “Tenho a convicção de que elas vão ser preservadas e, com amparo político, social, e cultural, vão crescer. Terão uma originalidade respeitada. Porque ali é sítio histórico, patrimônio da cultura brasileira, que, se preservado, só tende a crescer.”

A garantia do acesso a terra, relacionada à identidade étnica como condição essencial para a preservação dessas comunidades, tornou-se uma forma de compensar a injustiça histórica cometida contra a população negra no Brasil, aliando dignidade social à preservação do patrimônio material e imaterial brasileiro. Alterar as condições de vida nas comunidades remanescentes de quilombos, por meio da regularização da posse da terra, do estímulo ao desenvolvimento sustentável e do apoio às associações representativas, são objetivos estratégicos. (Fonte: Agência Brasil)

Nova petição contra retirada de artigo que proibe maus-tratos a animais
Necessário assinar, pois a anterior continha erro

Manifeste-se contra o Projeto de Lei nº 4548/98, que quer retirar do artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais a proibição de maus-tratos aos animais domésticos ou domesticados. Se for aprovado, nenhuma atrocidade cometida contra cães, gatos, cavalos, bois e outros poderá ser punida com base na Lei de Crimes Ambientais.

Para assinar a nova petição, Clique aqui
Após clicar em "Previem Your Signature", você ainda deverá clicar em "Approve Signature"

Fundo para redução do desmatamento

Os Estados Unidos se comprometeram a doar 275 milhões de dólares para proteção de florestas tropicais. O recurso viria de programas internacionais e do orçamento americano para 2010, ainda não aprovado pelo Congresso. A promessa foi feita nesta semana diante do Príncipe Charles, que lidera uma organização de defesa das florestas tropicais e tem se mostrado cada vez mais envolvido para pressionar os países a investirem na proteção dessas áreas como uma maneira de lidar com o aquecimento do planeta. De acordo com o anúncio feito pela Embaixada americana em Londres, a maior parcela do dinheiro seria investida na bacia amazônica e no Congo.

A intenção do Prince´s Rainforests Project (PRP) é estimular a criação de um fundo que consiga apoiar uma redução drástica do desmatamento em cinco anos no mundo inteiro. E a proposta foi aceita pelos 35 integrantes de governos que formaram o grupo de trabalho da proposta, que optou por focar esforços nas causas econômicas que tornam o desmatamento mais lucrativo do que a manutenção das florestas. Mas o sucesso do plano vai depender de quanto cada governo está disposto a investir, e na reunião desta semana o próprio governo britânico foi cobrado.

A destruição das florestas tropicais são responsáveis por 12% das emissões do mundo, de acordo com estudos mais recentes. O anúncio do governo dos Estados Unidos acontece logo após a Noruega ter se comprometido a investir 250 milhões de dólares para proteger as florestas da Guiana, conforme O Eco noticiou.
O ECO

Aumenta violação de direitos humanos de populações afetadas por hidrelétricas, diz relatório

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Um relatório, que está sendo elaborado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em conjunto com a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República, constata que tem aumentado, nos últimos anos, a violação de direitos humanos das populações afetadas pelas grandes hidrelétricas no Brasil.

Segundo informou à Agência Brasil Luiz Dalla Costa, da coordenação nacional do MAB e membro da rede de organizações da sociedade civil Plataforma BNDES, todas as denúncias formuladas desde 2005 foram confirmadas.

Dalla Costa disse que foram registradas violações do direito ao trabalho, à moradia, à livre circulação e, inclusive, ao acesso à água e à energia. Até o início do próximo ano, o relatório estará concluído e será divulgado pela SEDH.

A Plataforma BNDES realiza entre os dias 23 e 25 deste mês, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o 1º Encontro Sul-Americano de Populações Afetadas pelos Projetos Financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Dalla Costa destacou que o BNDES é o principal financiador das grandes obras no país. “Praticamente, todas as obras de construção de barragens no Brasil têm 70% a 80% de recursos públicos vindos do BNDES.” Por isso, o MAB entende que o banco é responsável, ou corresponsável, pelas consequências que essas obras causam na vida das populações.

“A gente acha que o banco, ao financiar, tem responsabilidade de se preocupar para que haja novos critérios de financiamento dessas obras, e não só hidrelétricas, mas de obras que envolvem mineração, investimentos na produção de carne que avança sobre a floresta amazônica, na celulose, na siderurgia, que afetam a vida de muitas pessoas, que não têm o tratamento social e ambiental devidamente equacionado”, expôs Dalla Costa.

Ele defendeu que o banco busque informar, de forma isenta e direta, as populações afetadas, para que elas possam se organizar e reivindicar seus direitos. “Nós queremos que haja maior transparência do banco para que as populações sejam previamente informadas.”

O MAB pede também que o BNDES estude formas de apoiar as populações situadas ao redor das obras que, muitas vezes, ficam inteiramente desassistidas. “Nós queremos mudanças nessas posturas e achamos que o banco é responsável por isso.”

Dalla Costa lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que o Estado brasileiro tem uma dívida com os atingidos por barragens e observou que esse reconhecimento é importante. “E necessário que haja políticas e, no caso do BNDES, que haja transparência e outros critérios, discutidos com a população, para que haja, de fato, mudanças substantivas nas políticas atuais.”

Um breve intervalo

Olá pessoal, estive ausente uns três dias, por motivo de viagem, portanto, peço a compreensão de todos que por ventura aqui estiveram buscando novidades durante estes dias. Grata a todos pelas visitas e pela compreensão.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Clínicas veterinárias de Curitiba/PR recebem microchips para cães

Os donos de cães e gatos de Curitiba não precisam mais entrar em pânico se seus animais de estimação se perderem. A prefeitura e a Rede de Defesa e de Proteção Animal de Curitiba vão disponibilizar microchips que podem ser aplicados nos cães, gatos e animais de tração, permitindo que eles sejam encontrados com mais facilidade.

De acordo com a prefeitura, o dispositivo serve como uma espécie de carteira de identidade eletrônica.

A medida também deve evitar que donos abandonem os animais. “Queremos diminuir a irresponsabilidade dos donos de cães e gatos, que compram os animais num impulso e depois abandonam ou maltratam”, disse Marcos Traad, coordenador da Rede de Defesa e Proteção ao Animal.

De acordo com Traad, os chips são aplicados através de uma injeção na parte de trás do pescoço do animal. “É uma parte que tem mais pele, feita para aguentar agressões, então eles não sentem muita dor nessa área”, afirmou. Os donos receberão um certificado de comprovação do aparelho.

Segundo a prefeitura, os proprietários dos cães e gatos poderão procurar clínicas veterinárias parceiras para colocação do microchip. A expectativa é que, até o fim deste ano, os três mil animais que estão cadastrados no site da rede recebam o equipamento.

"A médio e longo prazo, a prefeitura terá o mapa com informações concretas sobre os animais domésticos da cidade, e estabelecer políticas mais eficazes de controle populacional", afirmou o presidente da Associação Nacional de Clínicas Veterinárias de Pequenos Animais - PR (Anclivepa), Jorge Luiz Schemiko.

O valor do microchip será de R$ 9. "Queremos popularizar a identificação eletrônica, que é um método moderno e seguro, tanto para o animal como para o proprietário", disse Marcos Traad.

A prefeitura informou que deve fazer a aplicação gratuita dos microchips nas regiões periféricas da cidade.

Distribuição - Na quarta-feira (18), a administração municipal distribuiu o primeiro lote de chips às clinicas veterinárias cadastradas na Rede de Defesa e de Proteção Animal. Vinte e nove unidades receberam 900 chips, além de leitoras óticas e aplicadores. (Fonte: G1)

ONU pede atenção a refugiados do clima

O aquecimento global aumentará o número de migrantes em todo o mundo e exigirá de todos os países que estejam preparados para dar condições de vida dignas a essas populações. O alerta consta do relatório mundial do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), divulgado na quarta-feira (18).

O documento também defende mais investimentos em saúde reprodutiva, para que cada família tenha melhores condições de planejar, livremente, o número de filhos desejados. Uma população crescendo em ritmo menor é um dos fatores que podem contribuir para desacelerar o aquecimento global.

Apesar de não haver estatística sobre o número de pessoas que já se deslocam por consequências do aquecimento global, o relatório diz não haver dúvidas de que esse é um movimento crescente.

Nas duas últimas décadas, diz o texto, os registros de desastres naturais passaram de cerca de 200 por ano para mais de 400. Sete em cada dez dessas tragédias foram, de alguma maneira, relacionadas com o clima. Elas afetam por ano cerca de 211 milhões de pessoas, número que só tende a crescer.

Segundo o relatório, o mais provável é que esses movimentos migratórios ocorram dentro dos próprios países ou em zonas de fronteiras.

É o que já está acontecendo, por exemplo, com populações que dependem de geleiras tropicais em países andinos. Essas montanhas, que acumulam gelo em seus cumes, são responsáveis pelo abastecimento de água, pela agricultura, e geração de energia em várias cidades da Bolívia, Peru e Equador.

O relatório cita como exemplo o ocorrido com a geleira de Chacaltaya, na Bolívia, cujo ritmo de degradação surpreendeu os cientistas, ao ponto de hoje praticamente não haver gelo ou neve em seu topo.

Esse fenômeno já afeta populações de pequenas cidades ao redor dos glaciares, mas certamente não ficará restrito somente a elas, já que grandes cidades, como La Paz, também dependem da água gerada por glaciais tropicais.

"É uma pena não podermos mais esquiar em Chacaltaya, mas o mais grave é que dele dependiam populações que estão tendo que se adaptar a nova realidade", diz José Gutiérrez Ossio, cientista boliviano que integra o Projeto de Adaptação ao Impacto do Retrocesso Acelerado dos Glaciares.

Vulnerabilidade feminina - O relatório pede também mais atenção dos governos às questões de desigualdade entre homens e mulheres, que poderão ser agravadas pelo clima.

Por serem mais pobres, por constituírem maioria dos trabalhadores agrícolas em vários países e por terem dificuldade de migrar em caso de tragédias ambientais por serem mais responsáveis pelos filhos, as mulheres, segundo o Fundo de População das Nações Unidas, são mais vulneráveis aos impactos do aquecimento do planeta.

Outro alerta que o relatório faz é para o aumento de doenças causadas pelo aquecimento global. Um dos exemplos citados - e que afeta o Brasil - é o provável aumento da população vulnerável a doenças transmitidas por mosquitos.

Como as temperaturas vão se elevar, epidemias como as de dengue afetarão cidades que, por estarem em altitudes mais elevadas ou em climas mais frios, antes não sofriam os efeitos dessas doenças. (Fonte: Folha Online)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Marina diz que quer lei para a meta brasileira de CO2

Pré-candidata à presidência pelo PV, senadora também quer que planos de corte de carbono constem no Orçamento e na internet

Maria Clara Cabral escreve para a "Folha de SP":

A ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva (PV-AC) defendeu ontem, durante uma comissão geral na Câmara, a institucionalização das metas brasileiras de emissões de gases. Uma das ideias da pré-candidata à presidência é apresentar um projeto de lei específico para, assim, obter o comprometimento dos próximos governos com o assunto.

Para Marina, a meta não "pode ser protocolar, só para aproveitar a conjuntura política em que esse assunto possa render algum tipo de visibilidade para as lideranças políticas". "Não podemos chegar a Copenhague apenas com uma proposta dizendo que fizemos o nosso dever, para não nos indispormos com os países desenvolvidos, nem com os emergentes", afirmou ela durante a reunião, que discutiu a posição brasileira na Conferência do Clima, a ser realizada no mês que vem, em Copenhague, Dinamarca.

Na semana passada, o governo anunciou a meta de redução "voluntária" de 36,1% a 38,9% de suas emissões de CO2 até 2020, em relação ao que emitiria se nada fosse feito. Já em relação a 2005, o ano de pico das emissões brasileiras, é um corte de cerca de 15%.

Durante seu discurso, a senadora defendeu ainda o detalhamento operacional de todo o processo no Orçamento federal e a criação de um site para acompanhamento da implementação da política sobre o assunto pela população.

Marina criticou também a defasagem do inventário brasileiro sobre as emissões de gases e disse que apresentará requerimento ao Ministério da Ciência e Tecnologia para que explique no Legislativo o problema.

"Temos um hiato, ou pelo menos uma falha grave: o inventário brasileiro, que deve ser a base para qualquer posição nossa em Copenhague, está atrasado. É fundamental que tenhamos esclarecimentos sobre o motivo desse atraso, pois não podemos continuar com dados de 1994, que já deveriam estar atualizados a partir do novo inventário", afirmou ela.

Além de Marina, diversos deputados e representantes de ONGs e de ministérios participaram da comissão na última quarta-feira (18/11). O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que a Casa está empenhada na discussão de propostas sobre a mudança climática e que o Congresso deverá votar novos projetos até a data da conferência de Copenhague.

(Folha de SP, 19/11)

Congresso linguístico reúne países lusófonos em Brasília

Solenidade de abertura acontece na noite desta quinta-feira, 19, às 19h30

Com participantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, o Congresso da Língua Portuguesa acontece até sábado, em Brasília, e inaugura as festividades dos 50 anos da capital federal.

A programação terá palestras sobre temas como acordo ortográfico, ensino a distância, língua portuguesa e cibernética, capacitação da docência, proteção da constituição federal à língua portuguesa, papel da mídia na difusão da língua, e o lugar do Brasil na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A solenidade de abertura acontece na noite desta quinta-feira, 19/11, com a participação do ministro da Educação Fernando Haddad.

O evento terá lugar na Universidade Católica de Brasília (UCB). Mais informações na página http://www.acleb.org.br/congresso/index.html

JCiênica/Portal da Capes

Crescimento demográfico tem correlação com mudança climática, diz estudo

O crescimento demográfico, a estrutura de idades em uma sociedade e a composição familiar influenciam de maneira importante na mudança climática, segundo o relatório Estado da População Mundial 2009, apresentado na quarta-feira (18) pelas Nações Unidas.

Segundo este estudo, o crescimento demográfico do planeta não é o elemento determinante da mudança climática, mas influenciará em sua evolução e na maneira como as populações se adaptarão a suas consequências mais visíveis, como o aumento do nível do mar, a violência das tempestades e a intensidade das secas.

Os especialistas chegam a dizer no relatório, como exemplo, que um divórcio pode gerar mais emissões de gases do efeito estufa que um nascimento, já que uma família se divide representa depois dois lares, provavelmente dois carros e, em geral, uma situação que significa praticamente duplicar o consumo de energia doméstica

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ONGs repudiam acordo entre Carlos Minc e Reinhold Stephanes

Envolverde/ISA

Organizações da sociedade civil divulgam carta aberta ao ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, contra acordo com o Ministério da Agricultura para modificar o Código Florestal por meio de uma Medida Provisória (MP), que pode ser publicada esta semana. Segundo as 14 organizações que assinam o documento, entre os pontos que podem ser modificados com a MP estão a compensação de reservas legais em outros biomas e a recuperação com espécies exóticas.

Leia abaixo a íntegra da carta.

Mais um remendo no Código Florestal não é a solução!

Senhor Ministro,

Os esforços empreendidos por Vossa Senhoria para assegurar que o Brasil assumisse compromissos concretos de redução de emissões de gases efeito estufa são louváveis.

Do mesmo modo, a redução da taxa de desmatamento da Amazônia é um
resultado concreto que coloca o Brasil em excelentes condições de liderança no que diz respeito à Convenção de Mudanças Climáticas. Esse resultado só foi possível pelos esforços empreendidos pelo governo no sentido de fazer valer a legislação florestal.

Por essa razão nos causa imensa preocupação a noticia divulgada pela imprensa sobre um acordo feito no âmbito do Governo Federal para modificar o Código Florestal por meio de uma Medida Provisória (MP). Além de ser um meio inapropriado para tratar de um tema tão complexo e importante como a alteração da legislação florestal, o conteúdo desse acordo é inaceitável, pois quebra alguns dos pilares básicos da legislação, incluindo pontos que V. Sa. havia assegurado que jamais seriam aceitos por parte desse Ministério, como a compensação de reservas legais em locais a milhares de quilômetros da área onde deveriam estar, ou a recuperação dessas com espécies exóticas, dentre outros.
O acordo feito, se transformado em lei, irá jogar por água abaixo os esforços de recuperação ambiental em boa parte do território nacional, onde vive a maior parte da população brasileira, e permitir a ocupação desordenada de áreas ambientalmente sensíveis, o que contribuirá para a perpetuação de eventos como as enchentes e desabamentos de Santa Catarina.

Um tema de tamanha relevância para o desenvolvimento do país não pode ser decidido dessa forma, por via de MP, sem a participação aberta e transparente da sociedade. O Congresso Nacional tem discutido esse tema em diferentes fóruns, promovendo o debate com os diversos setores envolvidos, e é dessa forma que o assunto tem que ser conduzido. Uma MP publicada agora, além de atropelar as iniciativas já em curso no Congresso Nacional, nivelará por baixo a discussão, pois seu rito de aprovação impede qualquer discussão mais profunda, já que a votação acontecerá em plena virada do ano e já na corrida eleitoral, o que coloca em risco qualquer texto que seja definido agora.

Diante do exposto, requeremos a V. Exa. que cumpra com o compromisso assumido perante as ONGs e movimentos sociais desde o princípio do ano e evite que o Código Florestal seja mais uma vez remendado por meio da edição de uma MP, sobretudo para derrubar pontos centrais como a reserva legal, o uso de APPs e o tratamento diferenciado para a agricultura familiar. Por outro lado, reforçamos nosso interesse em trabalhar pela aprovação de uma nova legislação florestal que reposicione o Brasil como uma potência mundial em produção de bens e serviços ambientais.

Assinam:
Amigos da Terra - Amazônia Brasileira; Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi); Conservação Internacional - Brasil; Greenpeace; Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá); Instituto Socioambiental (ISA); Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam);

Instituto de Estudos Socioeconomicos (Inesc); Programa da Terra/SP (Proter); Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA); SOS Mata Atlântica; The Nature Conservancy (TNC); Vitae Civilis - Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz; WWF - Brasil.

(Envolverde/ISA)

Polêmica
Pesquisadora é contra REDD


Bertha Becker
Árvores não são só postos de armazenamento de carbono


A geógrafa e historiadora, Bertha Becker, criticou o enfoque dado à redução de emissões de carbono nas discussões sobre o compromisso brasileiro de adotar metas contra o desmatamento. “As árvores não são só postos de armazenamento de carbono. A floresta tem mil outras possibilidades de serviço ambiental”, afirmou.

A pesquisadora falou sobre suas propostas de combate à devastação da floresta amazônica nesta segunda-feira (16/11), durante o primeiro dia do evento “Amazônia: Desafios e Perspectivas de Integração Regional”, realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Na ocasião, Bertha disse que, diante do aguçamento das pressões para a tomada de decisões sofre o futuro da Amazônia, é preciso que passemos do uso econômico da estrutura dos recursos naturais ao aproveitamento das funções dos ecossistemas. “Os serviços ambientais são exemplo dessa função diferente dos recursos naturais”, ilustrou.

A estudiosa propôs o aproveitamento sustentável da floresta e disse ser contra o mecanismo de Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação (REDD). Para ela, o sistema é falho porque mantém as florestas improdutivas e apenas contém o desmatamento, sem apresentar soluções para suas causas.

Outro questionamento da pesquisadora se refere à indefinição sobre o modo como será feito o pagamento pela conservação de florestas, sugerido pelo REDD. “Quem vai se beneficiar desses recursos? Os governadores da Amazônia, os proprietários de terra? É preciso definir quem vai receber esse dinheiro e como”.

Ela também disse que só é a favor da concessão para manejo florestal em áreas de mata aberta da floresta amazônica- vegetação de transição entre Amazônia e outros biomas. Os locais de mata densa, a pesquisadora defende que sejam mantidos intactos.

Bertha não defende, no entanto, o isolamento produtivo da floresta, mas sim, propõe como atividade econômica o extrativismo não madeireiro, que se utilize de tecnologia avançada para a transformação de matérias-primas florestais por uma cadeia completa. “Para isso, é necessário articulação da floresta com a cidade. As cidades amazônicas devem ser reagrupadas com redes de informação e centros de serviço e processamento da produção feita a partir das matérias-primas que virão da floresta”, sugeriu.

A pesquisadora chamou as cidades de sua proposta de “cidades de bioprodução, pesquisa e serviços ambientais”. E propôs que, nesses locais, a ciência tenha preocupação com o desenvolvimento de métodos para que a indústria madeireira se torne sustentável e a madeira seja, inclusive, usada como fonte de energia produzida a partir de biomassa. Ela também defendeu investimentos em turismo e criticou a dependência da Amazônia ao mercado externo.

“Não adianta construir uma logística ultramoderna na região se não for mudada nossa dependência do exterior. O agronegócio e a produção de minérios, que dominam a Amazônia, têm cadeias produtivas incompletas, que não desenvolvem a região”.
(Amazonia.org.br)
Foto:Adotejá