sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

COP 15 - O quão longe estamos de um acordo significativo?


O quão longe estamos de um acordo significativo?
Se dependesse de Tuvalu, pequeno país ilha, ligado à Aliança de Pequenos Estados Insulares (AOSIS), a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15) teria um acordo mais justo, não apenas para a sobrevivência das pequenas e mais vulneráveis nações do planeta, mas para todos nós.

A sugestão de que as emissões dos países ricos devem ser cortadas em 45% em 2020, com relação ao ano de 1990, e, que a concentração das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera não deve passar de 350 partes por milhão, pode parecer fantasia para muitos líderes das 192 nações reunidas em Copenhague. Mas para outros, a proposta da AOSIS representou a voz de milhares de pessoas evidentemente ameaçadas com os efeitos do aquecimento global.

Fato é que o texto da AOSIS foi apoiado por várias nações africanas e outros países-ilhas, que exigem a aprovação de um documento vinculante, obrigatório para todos os países e mais severo que o Protocolo de Kyoto.

Houve repercussão e, pela primeira vez desde o início da COP15, foi apresentado nesta sexta-feira (11/12) o primeiro desenho de um possível acordo na Conferência Mundial do Clima.

O documento basicamente preserva os compromissos assumidos pelos países que assinaram o Protocolo de Kyoto. É aí que o sonho começa a virar pesadelo. Em primeiro lugar, ainda paira no ar a (incômoda) discordância de muitos países em relação às metas de redução de gases do efeito estufa e as condições para que isso aconteça de fato. Em segundo, e mais importante, os Estados Unidos, maior emissor histórico dos gases de efeito estufa, não se comprometeu com Kyoto. Mais: até o momento, o país nem sequer apresentou suas metas em Copenhague.

As boas intenções do premiado presidente Barack Obama viram um sonoro “não” quando se trata de aceitar outro protocolo como o de Kyoto ou homologar o atual. As alternativas para reverter o impasse são difíceis.

A primeira - convocar para o primeiro semestre de 2010 uma prorrogação desta reunião (a COP15) -, na prática, seria quase impossível por coincidir com a Copa do Mundo de Futebol, que será realizada entre junho e julho do ano que vem, na África do Sul, um país importante no grupo dos “emergentes”. A segunda, deixar tudo para a COP16, em dezembro de 2010, no México, certamente provocaria uma enorme decepção, dada a urgência das questões e as pressões crescentes da sociedade em toda parte.Parece que não há nada melhor do que esperar (e torcer). Inevitável, contudo, lembrar que ainda há poucos dias a Organização Meteorológica Mundial advertiu que esta primeira década do século XXI está sendo e será a mais quente desde 1850, com temperatura média superior à da década de 1990 (que já fora mais quente que a de 1980).

Há uma corrida contra o tempo, que não está sendo ganha.

Material produzido e editado pela Envolverde/Mercado Ético/Carbono Brasil/Rebia/Campanha Tic-Tac/EcoAgência, e distribuído para reprodução livre com o apoio da Fundação Amazonas Sustentável.Envolverde

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