segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O bom, inimigo do ótimo


Por Neuza Árbocz, para a Envolverde
Tony Blair e Grupo Climático defendem um acordo já, mesmo que com metas menores.

O Times divulgou hoje que negociadores dos países desenvolvidos podem querer usar um trecho do rascunho de acordo proposto (veja tradução em http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=67355&edt=1) para evitar um compromisso imediato mais significativo de redução de emissões. Isto desagradaria os países em desenvolvimento e travaria a possibilidade de um acordo em Copenhague.

O artigo 7 do rascunho propõe revisões periódicas das metas acordadas e o artigo 8 propõe uma primeira revisão geral em 2016.

O IPCC recomenda que os países desenvolvidos abracem metas de reduzir de 25 a 40 por cento suas emissões, em relação aos índices de 1990. Contudo, o Times acredita que os países desenvolvidos só aceitarão um índice menor, em torno de 18%. O que na visão de algumas análises é insuficiente para evitar catástrofes climáticas.

Baseia a análise do Times, declarações do ex-primeiro ministro inglês, Tony Blair, durante o lançamento de um relatório escrito por seu escritório em conjunto com o Grupo Climático - http://www.theclimategroup.org, uma entidade que reúne empresas, ONGs e cientistas de vários países. Na ocasião, Blair disse: "não vamos deixar o ótimo ser inimigo do bom" ao defender que um corte de 18% das emissões até 2020, já provocaria uma mudança muito grande na forma em que a economia trabalha. "Vamos fazer o acordo, colocar ele em prática e aprender no caminho", defendeu Blair.

Ele também alertou para a urgência de se ter regras na mesa. Desta forma, o setor privado ganha as diretrizes para saber como agir.

Veja o artigo do Times: http://www.timesonline.co.uk/tol/news/environment/copenhagen/article6955237.ece.
e o relato da coletiva no site do Grupo Climático: http://www.theclimategroup.org/our-news/news/2009/12/13/breaking-the-climate-deadlock-interview-with-tony-blair/

Material produzido e editado pela Envolverde/Mercado Ético/Carbono Brasil/Rebia/Campanha Tic-Tac/EcoAgência, e distribuído para reprodução livre com o apoio da Fundação Amazonas Sustentável.

(Agência Envolverde)

2 comentários:

  1. Olá Liete
    Não me parece sequer que o bom esteja em jogo, muito menos o óptimo. Eles discutem entre o mau e o muito mau. Para baixo de medíocre, infelizmente.
    Um abraço

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  2. É verdade Manuela,
    Eles sempre negociam sobre o menor corte possível!Até quando não sei...provavelmente até a água subir pelas narinas!
    Grande abraço

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