quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Acordo vinculante não é vantagem se texto for ruim, diz negociador brasileiro

Embaixador diz que país não impõe financiamento como condição. COP debaterá exclusão de países como Brasil do recebimento de ajuda

Dennis Barbosa escreve para o "G1":

Não é vantajoso o estabelecimento de um acordo vinculante de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na Conferência sobre Mudanças Climáticas de ONU (COP 15) se for um "texto ruim", alertou nesta quarta-feira (9) o negociador-chefe do Brasil, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado. O acordo juridicamente vinculante é aquele de cumprimento obrigatório pelos signatários.

"Vamos imaginar que no final não se chegue a um texto que se possa dizer 'isso é bom para o clima, isso é uma resposta adequada ao que a ciência está dizendo´. Qual é a vantagem em transformar isso em algo juridicamente vinculante que levará cinco ou seis anos para ser ratificado pelos congressos e, ao ser um texto ruim, talvez nem seja ratificado pelos congressos?", questionou o embaixador.

"Mas não é isso que a gente antevê. Temos a esperança de sair de Copenhague com um resultado robusto e que portanto, seja juridicamente vinculante", completou.

Figueiredo ainda destacou que o Brasil não condiciona sua aprovação a um tratado climático ao recebimento de ajuda financeira de países industrializados.

Na COP 15 discute-se excluir países em desenvolvimento mais ricos, como Brasil e China, do recebimento de ajuda para reduzir emissões e se adaptar às mudanças climáticas. "O Brasil jamais condicionou sua vontade de ação a ajuda externa", afirmou Figueiredo.

No entanto, ressaltou que "o fato de que precisamos menos não significa que não precisemos". Com apoio externo, explica o embaixador, o Brasil pode avançar mais rápido para atingir sua meta de redução de emissões.

(G1. 10/12)

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