segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O vírus da indústria da carne

No ano passado, uma comissão convocada pelo Pew Research Center publicou um relatório sobre a “produção animal em granjas industriais, onde se chamava a atenção para o grave perigo de que a contínua circulação de vírus, característica das enormes varas ou rebanhos, aumentasse as possibilidades de aparecimento de novos vírus por processos de mutação ou de recombinação que poderiam gerar vírus mais eficientes na transmissão entre humanos”. Confira o artigo de José Saramago no Carta Maior.


A um primeiro olhar pode parecer loucura ou quem sabe aqueles delírios conspiratórios, mas a verdade é que a brincadeira que eu vinha fazendo ao dizer que a gripe suína (H1N1) é a vingança dos porcos, tem lá seu fundo de razão. A indústria da carne é uma das coisas mais perversas que nós seres humanos cometemos contra os animais. Como se não bastasse matá-los para comer, temos de torturá-los com regimes de criação que perdem de longe para qualquer campo de concentração. Os espaços exíguos onde os porcos são confinados não permitem que possam ao menos virar de lado e, assim, no mais absoluto tédio e dor (pela falta de exercício e mesma posição) eles passam a sua breve vida. A criação aviária, de pecuária por confinamento e outros não ficam atrás.

Mas esse modelo de produção capitalista, desumano, pode ter lá suas conseqüências e o outro lado da moeda se revelar perigoso para nós, pois é possível que seja uma provável causa dessa pandemia, assim, como pode ter sido da gripe aviária. É mais uma prova da insustentabilidade desse modelo equivocado de produção econômica e da vida antiética que estamos levando. (Liete)

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