quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ignacy Sachs
O paradigma do futuro

Denise Ribeiro, da Envolverde, especial para a Carta Verde

Acreditar que a economia não deve ser desvinculada de valores sociais e cuidados ambientais é um dos principais paradigmas defendidos por Ignacy Sachs, um brasilianista de 81 anos, a quem se deve o mérito de trazer à cena contemporânea o conceito de desenvolvimento sustentável. Por defender essa tese ao longo da vida, esse polonês naturalizado francês costuma ser chamado de ecossocioeconomista.

Judeu refugiado no Brasil, Sachs estudou em São Paulo, formou-se em Economia no Rio de Janeiro, fez doutorado na Índia e há mais de 40 anos dedica-se à pesquisa sobre as dinâmicas das economias dos países em desenvolvimento. Foi em 1972, quando trabalhou na organização da Primeira Conferência da ONU de Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estocolmo, que formulou o conceito de ecodesenvolvimento - mais tarde rebatizado pela ONU de desenvolvimento sustentável. Também participou da Cúpula da Terra, a Eco-92, como conselheiro especial das Nações Unidas na Conferência do Rio de Janeiro.

Autor ou organizador de mais de 40 livros, Sachs é um dos mais aguerridos defensores de uma economia baseada em biomassa e biodiversidade - ou biocivilização, como ele prefere. Consultor de vários governos - incluindo o brasileiro, onde atua no Ministério de Desenvolvimento Agrário - e de organismos internacionais. É, também, professor emérito da Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais, em Paris. Ali criou o Centro de Pesquisas do Brasil Contemporâneo, que ainda dirige. Foi de seu escritório na capital francesa que ele concedeu essa entrevista, via Skype. Abaixo, os principais trechos da conversa com o lúcido e bem-humorado professor que afirma querer comemorar seu centenário - daqui a 19 anos - numa praia brasileira.

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