quarta-feira, 21 de abril de 2010

Protesto contra zoneamento


Várias entidades sociais promoveram ato contra projeto substitutivo do ZSEE pela Assembleia

Quase uma dezena de entidades sociais mais a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) promoveram um protesto no coreto da Praça Alencastro nesta terça-feira (20) contra a aprovação do Projeto Substitutivo do Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso (ZSEE-MT). Intitulado “Terra: mercadoria ou vida?”, o ato faz parte da Semana do Índio e propôs um repúdio ao que eles consideram um modelo de desenvolvimento que privilegia o lucro financeiro em detrimento de um modelo sustentável de desenvolvimento para Mato Grosso e a Amazônia.

Integrantes da Rede Mato-grossense de Educação Ambiental (Remtea), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Movimento dos Sem-Terra (MST), UFMT, Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público e Formad, dentre muitas outras, acusam o substitutivo do ZSEE-MT,apresentado pelo deputado Dilceu Dal’Bosco (DEM), de ser mero instrumento para ingerência massiva sobre terras indígenas, degradação de recursos hídricos e além.

“Também será responsável por contaminação por agrotóxicos porque aumentou de forma irresponsável a capacidade produtiva”, disse a professora-doutora Michele Sato, da Remtea.O substitutivo teria ainda, de acordo com os representantes, inconsistências técnicas, jurídicas e, pior ainda, uma transformação completa daquilo que foi debatido com a sociedade nas 15 audiências públicas. As consequências serão o exaurimento dos bens naturais devido à exploração predatória sem possibilidade de recuperação.

“Um projeto que foi concebido para viabilizar o uso coletivo dos recursos foi inviabilizado pelo senhor Dal’Bosco e demais deputados quando aumentaram em 70% para a produção de soja e gado, além de reduzir em 40% as áreas passíveis de preservação”, acusa o pesquisador Miguel Aparicio Suárez, representante da Operação Amazônia Nativa (Opan), também presente ao evento público.

A manifestação pretendia associar e repudiar a violência à Terra com a violência às pessoas (especialmente as de origem indígena)em favor de alternativas de economia solidária, segundo Sato e Suarez.O único dos 15 deputados estaduais que votou contra o substitutivo foi Alexandre César (PT). Agora,será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa para poder finalmente ir à sanção ou aprovação do governador Silval Barbosa PMDB).
Rodivaldo Ribeiro/Folha do Estado
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