sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gavião-real: surpresa do Pantanal

Paulo de Tarso Zuquim Antas
21/08/2009, 18:20


Foto: Flavio Ubaid




Entre os gaviões e águias do mundo, um se sobressai pelo tamanho e potência de suas garras. Mesmo sendo a maior ave entre esses predadores, o gavião-
real, uiraçu ou harpia (Harpia harpyja) até o presente ainda não havia sido positivamente identificado na planície pantaneira. Seus registros
apareciam nas regiões limítrofes do Pantanal, seja nas cabeceiras dos rios Paraguai e Jauru ao norte, seja na Serra da Bodoquena, no sul.Foi, portanto, surpreendente que em cinco de agosto desse ano o biólogo Flávio Kulaif Ubaid, durante os trabalhos de acompanhamento de araras com rádio, tenha encontrado um ninho ativo dessa espécie. Localizado no entorno da RPPN SESC Pantanal, foi colocado sobre um cambará (Vochysia divergens), uma árvore com adensamentos magníficos na região do rio Cuiabá. Situada no município de Barão de Melgaço, a RPPN possui uma extensa listagem de aves e conta com um guia de campo cuja segunda edição foi lançada esse ano somando 342 espécies. Esse valor corresponde a 75% das aves já encontradas na planície pantaneira e significa um esforço de vários anos de trabalho na reserva.


No entanto, o Pantanal sempre apresenta surpresas e desde o fechamento dessa segunda edição foram encontradas mais 6 aves na RPPN, sendo a sexta o gavião-real. O encontro desse extraordinário predador, representando o máximo entre as espécies ocupantes do posto de topo de cadeia alimentar, evidencia a capacidade da espécie de usar ambientes pantaneiros. Estão agora programados estudos para avaliar sua área de vida, bem como as presas consumidas. As primeiras observações do ninho indicam que se alimenta do ouriço-caixeiro Coendou prehensilis e da cutia Dasyprocta azarae, mamíferos já determinados em outros estudos com o gavião-real no norte do continente.Com esse registro, a imensa biodiversidade abrigada na planície do Pantanal recebe uma espécie de destaque, por seu tamanho, pelo que representa no ambiente e pelas possibilidades de sua proteção em função da existência da RPPN de 106.000 hectares.
(Fonte:(http://www.oeco.com.br)/

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