segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Flores do cerrado são usadas para combater infecção hospitalar


Um dos grandes problemas enfrentados por hospitais e profissionais da saúde é a infecção hospitalar. Para garantir a qualidade dos serviços e atendimentos prestados dentro dos hospitais é necessário controlar a incidência de possíveis infecções, diminuir a mortalidade, o tempo de permanência do paciente no hospital e ainda possibilitar a redução dos gastos. Nesse sentido, muitas pesquisas têm sido feitas para encontrar métodos eficazes de combate ao aumento da infecção em pacientes contaminados.
Equipe de pesquisadores da Universidade Católica de Brasília (UCB), Coordenada pelo químico e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Octávio Luiz Franco, descobriu um antibiótico à base de flores populares que ajuda no tratamento de infecções hospitalares. A pesquisa é inédita no Brasil e conta com parcerias nacionais - EMBRAPA/Cenargen, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - e internacionais como a Universidade Havana, Cuba; Wisconsin, Usa; Universidade Liverpool, UK.

O composto é elaborado por pétalas de flores, destacando-se as do cerrado. As provenientes da Mata Atlântica e comerciais são utilizadas em menor concentração. Dentre as flores testadas as que mostraram resultados mais satisfatórios foram: a maria-sem-vergonha, que combate infecções intestinais, a hibisco, contra infecções pulmonares e a lípia, também no combate à infecção pulmonar, em fase inicial. O coordenador Octávio Luiz ressalta a importância da agência nesse processo: “O CNPq nos apóia desde o inicio da pesquisa, já ganhamos três prêmios com essa temática”.

A busca por um antibiótico menos agressivo para a flora intestinal, com baixa incidência de efeitos colaterais e mais eficaz no combate às bactérias começou há três anos e já obteve resultados positivos: a confirmação de quebra de resistência devido a utilização do medicamento. “Estima-se que alguns antibióticos (que estão sendo testados) tenham uma atividade 50% maior do que qualquer um disponível na farmácia”, informa o coordenador da pesquisa, Octávio Luiz.
A expectativa é que os antimicrobianos sejam capazes de combater as infecções hospitalares com custo abaixo dos antibióticos comuns.

“É muito gratificante ter um produto de baixo preço e, aparentemente, com muito mais eficiência do que os existentes”, afirma Octávio. A proposta do grupo é criar um produto que utilize tecnologia e matéria prima do Brasil, para torná-lo mais acessível. “Essa descoberta é uma chance de mostrar que os cientistas fazem coisas que vão trazer soluções para problemas sociais”.
Para que o antibiótico recém descoberto chegue ao mercado, há ainda um longo caminho para percorrer. O medicamento está em processo de concessão de patente e espera-se que essa fase se estenda pelos próximos meses.
Assessoria de Comunicação Social do CNPq

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