sábado, 26 de outubro de 2013

Conferência e manifesto por uma educação inovadora



 

“Trata-se de um movimento articulado pela sociedade civil. Queremos com o encontro, trocar conhecimentos e congregar uma força mais consistente em prol da inovação da educação no país. Nossa intenção prática é começarmos uma conversa com o Ministério da Educação com vistas a efetivar mudanças na educação pública. Por isso, que destacaremos casos consistentes que podem servir de inspiração para esse movimento de mudanças que defendemos”, afirma Talita Porto, do coletivo Gaia Brasília, e uma das organizadoras do Conane.

Para garantir a presença do ministro da educação Aloisio Mercadante, a comitiva do Conante, incluindo o educador José Pacheco, conseguiu se reunir na última semana com Mercadante. Na ocasião, segundo os organizadores, o ministro se prontificou a participar da solenidade de abertura do encontro. Lá, eles esperam que o ministro dê uma indicação sobre alguma ação concreta que o MEC pode fazer no sentido de estimular a adoção dessas novas práticas inovadoras no âmbito das escolas formais. Como o evento não contará com transmissão on-line das palestras, é preciso ir pessoalmente conferir os debates. A boa notícia é que ainda existem vagas abertas. Para participar, é preciso pagar R$ 100. O valor não inclui hospedagem nem alimentação. (veja a programação completa)

Ainda durante o I Conane, está previsto o lançamento do documentário Quando sinto que já sei, realizado com recursos arrecadados via crowndfundingGlossário compartilhado de termos de inovação em educação . O doc questiona a educação formal tradicional e traz uma série de entrevistas com educadores que propõem uma abordagem mais inovadora nas práticas de ensino e aprendizagem. Assista ao teaser feito pelos realizadores Antonio Lovato, Raul Perez e Anderson Lima:

Manifesto
Elaborado de forma colaborativa durante cinco anos de discussões virtuais e presenciais, o manifesto pela educação intitulado Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País teve a contribuição de cerca de 2 mil pessoas que compõe o grupo Românticos Conspiradores além de outros participantes. Depois da triagem de sugestões, o grupo conseguiu condensar os desejos dos militantes em oito páginas. Todo o documento está disponível para consulta pública desde o final de setembro. Simpatizantes à causa ainda podem apoiar virtualmente o movimento, assinando a petição on-line a favor do manifesto através da comunidade do Avaaz.

Buscando detalhar todos os pontos que são levantados pelo documento que propõe colocar em prática mudanças significativas na educação brasileira, o Porvir repassa um resumo dos 19 pontos levantados pelo manifesto. Confira, reflita e deixe o seu comentário:
Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País
1. Políticas Públicas em Educação previamente discutidas, aprovadas e supervisionadas pela comunidade;
2. Assegurar às escolas a dignidade de um estatuto de autonomia;
3. Revisão do tipo de gestão das escolas, passando de uma tradição hierárquica e burocrática para decisões colegiadas, coletivas, colaborativas e horizontais, envolvendo a participação da comunidade;
4. Implantação de comunidades de aprendizagem concebidas por um projeto educativo coletivo, baseado num projeto local de desenvolvimento, consubstanciado numa lógica comunitária;
5. Uma educação integral em tempo integral para todos os estudantes;
6. Que a instituição escolar ressignifique seu papel, passando a atuar como locus de construção de conhecimentos e vivências;
7. Que se garanta aos profissionais da Educação, que assim o desejem, prevenção, assistência e apoio terapêutico, gratuito e constante;
8. A formação de uma rede colaborativa de comunicação, onde participem família, educadores, educandos, membros de comunidades de aprendizagem, mídia, etc;
9. Considerar que não se pode ser desconsiderado o desenvolvimento afetivo e emocional do educando;
10. A universalização do ensino e a garantia da matrícula em todos os níveis da educação;
11. Que a universidade se distancie de práticas de formação incompatíveis com necessidades educacionais do nosso século;
12. Reelaboração da cultura pessoal e profissional do educador através da vivência de práticas inovadoras em educação;
13. Reconhecimento público aos profissionais da educação, traduzido também em salários dignos;
14. Fim do desperdício decorrente de más políticas públicas em educação;
15. Erradicação da evasão escolar;
16. Implantação efetiva de uma política da juventude que contemple o espírito empreendedor, o protagonismo juvenil e o desenvolvimento dos valores humanos;
17. Que a educação domiciliar e outros modos de desenvolver aprendizagem sejam permitidos às famílias que assim o desejarem, desde que garantida a coerência e a qualidade dos percursos de aprendizagem do educando à luz de um projeto educativo;
18. Substituição de reprovação, da aprovação automática e da recuperação, paralela ou ao final de um período, pela prática de uma avaliação formativa, contínua e sistemática capaz de permitir que o aprendizado caminhe junto com o desenvolvimento do pensar;
19. Ampliação do uso da mediação escolar, da justiça restaurativa e de técnicas similares, para que os conflitos sejam resolvidos pela própria escola dentro da proposta de Cultura de Paz (Unesco).
Foto: shaiith / Fotolia.com
Confira o documento na íntegra.
* Publicado originalmente no site O Porvir.
                   

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