quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo


Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global. A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça. Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.
New Scientist


Nota introdutória publicada por Ladislau Dowbor em sua página:
The Network of Global Corporate Control - S. Vitali, J. Glattfelder eS. Battistoni - Sept. 2011

Um estudo de grande importância, mostra pela primeira vez de forma tão abrangente como se estrutura o poder global das empresas transnacionais. Frente à crise mundial, este trabalho constitui uma grande ajuda, pois mostra a densidade das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico.

Fica assim claro como se propagou (efeito dominó) a crise financeira, já que a maioria destas mega-empresas está na área da intermediação financeira. A visão do poder político das ETN (Empresas Trans-Nacionais) adquire também uma base muito mais firme, ao se constatar que na cadeia de empresas que controlam empresas que por sua vez controlam outras empresas, o que todos "sentimos" ao ver os comportamentos da mega-empresas torna-se cientificamente evidente. O artigo tem 9 páginas, e 25 de anexos metodológicos. Está disponível online gratuitamente, no sistemaarxiv.org (http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/1107/1107.5728v2.pdf)

Um excelente pequeno resumo das principais implicações pode ser encontrado no New Scientist de 22/10/2011 (e está publicado a seguir).

(*) O gráfico em forma de globo mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma

A rede capitalista que domina o mundo

Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.

Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça

Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.

O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial
Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica
Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas

Barclays plc
Capital Group Companies Inc
FMR Corporation
AXA
State Street Corporation
JP Morgan Chase & Co
Legal & General Group plc
Vanguard Group Inc
UBS AG
Merrill Lynch & Co Inc
Wellington Management Co LLP
Deutsche Bank AG
Franklin Resources Inc
Credit Suisse Group
Walton Enterprises LLC
Bank of New York Mellon Corp
Natixis
Goldman Sachs Group Inc
T Rowe Price Group Inc
Legg Mason Inc
Morgan Stanley
Mitsubishi UFJ Financial Group Inc
Northern Trust Corporation
Société Générale
Bank of America Corporation
Lloyds TSB Group plc
Invesco plc
Allianz SE 29. TIAA
Old Mutual Public Limited Company
Aviva plc
Schroders plc
Dodge & Cox
Lehman Brothers Holdings Inc*
Sun Life Financial Inc
Standard Life plc
CNCE
Nomura Holdings Inc
The Depository Trust Company
Massachusetts Mutual Life Insurance
ING Groep NV
Brandes Investment Partners LP
Unicredito Italiano SPA
Deposit Insurance Corporation of Japan
Vereniging Aegon
BNP Paribas
Affiliated Managers Group Inc
Resona Holdings Inc
Capital Group International Inc
China Petrochemical Group Company

(CartaMaior)

sábado, 15 de outubro de 2011

Que entidades sociais, ambientalistas e acadêmicas aprovaram a posição do Brasil na Rio+20? E qual é ela?


O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social encaminhou à Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e ao Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, co-presidentes da Comissão Nacional Organizadora da Rio+20, um documento chamado Acordo para o Desenvolvimento Sustentável à Comissão Nacional que organiza a Rio+20.

Segundo o CDES, ele “é o primeiro resultado efetivo da parceria do CDES com expressivo leque de entidades da sociedade civil para estabelecer posicionamento comum que possa não só auxiliar o governo brasileiro para Conferência, mas cooperar com o estabelecimento de compromisso político com o desenvolvimento sustentável”. O “expressivo leque” é formado por “70 instituições que subscreveram o documento – organizações sociais, ambientais, acadêmicas, empresariais e de trabalhadores”.

70 instituições que defendem, para o Brasil, um posicionamento totalmente baseado em duas expressões: uma já totalmente desgastada; outra, a falácia da moda. Falo, é claro, de “desenvolvimento sustentável” e de “economia verde”.

“Desenvolvimento sustentável” está presente 43 vezes nas 12 páginas do documento (em espaço 1,5), o que só é possível na medida em que é usada em quase todos os parágrafos, o que já deveria deixar claro seu amplo valor conceitual. Considerando isso, interessa mesmo é a segunda, usada de forma bem mais parcimoniosa.

Ela já está presente no segundo parágrafo da Introdução – “Entre os dias 4 e 6 de junho de 2012, o Rio de Janeiro deve atrair a atenção do mundo para o Brasil e para os temas em debate: a economia verde no contexto da erradicação da pobreza e a estrutura de governança para o desenvolvimento sustentável no âmbito das Nações Unidas” -, o que deixa explícita a centralidade que lhe é atribuída.

Na página 6, ela reaparece. Primeiro, como uma solução para os Desafios do Contexto: “A promoção de transformações no padrão de produção e consumo, investindo na transição para uma economia verde capaz de suportar o crescimento econômico com a sustentabilidade socioambiental”. Em seguida, como uma das diretrizes no item Agendas nacionais para o desenvolvimento sustentável: “Incentivar, por meio do financiamento, sistema de crédito e fiscal e ambiente regulatório favorável, a transição para a economia verde, com estrutura produtiva menos intensiva em recursos naturais não renováveis, gerando menor externalidade negativa, buscando eficiência, reutilização, reciclagem e redução do uso de matérias primas”.

Na página 9, no item Novo Padrão de Produção e Consumo, lá está ela de volta: “Envolver os produtores e consumidores para garantir o compromisso com a mudança dos padrões de produção e consumo e prever estratégias para transição para a economia verde com justiça social, fortalecendo as bases financeiras dos sistemas de investimentos e de proteção social”.

Por outro lado, se dermos uma busca no documento por palavras como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, comunidades tradicionais, iremos encontrá-las arrumadinhas numa mesma frase, na página 8, também referente às Agendas nacionais: “Implementar políticas e ações que promovam a redução das desigualdades de raça, etnias e gênero, e que possibilitem a inserção plena das comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, extrativistas, pescadores artesanais e agricultores familiares) no processo de desenvolvimento sustentável. Garantir proteção das terras indígenas”.

A menção à garantia de proteção às terras indígenas sugere, de imediato, uma pergunta: e as quilombolas, as extrativistas, as que sequer são citadas, como as comunidades de Fecho e Fundo de Pasto, Vazanteiros e as demais? Como não há um “etc” ou um “e outras”, parece que o douto grupo só conhecia mesmo as que citou. Mas talvez haja algo ainda pior: se somarmos a esta a frase anterior, sobre “inserção plena (…) no processo de desenvolvimento sustentável”, penso que a preocupação só pode aumentar de forma avassaladora…

E também aumenta se fizermos outras pesquisas, com palavras como transgênico, agrotóxico, contaminação, monocultura. Descobriremos que nada disso faz parte das preocupações das 70 entidades reunidas com o governo. Por outro lado, pode haver uma pseudo desculpa: a palavra saúde está lá com razoável frequência. Só que aparece comportadinha, de forma claramente burocrática, sempre de mãos dadas ou com habitação, ou com educação, com ambas ou com algo parecido.

O documento pode ser baixado clicando Acordo para o Desenvolvimento Sustentável – Rio 20 – 05.10.2011. Quanto à lista das entidades que aprovaram o Acordo, faço questão de torná-la pública aqui mesmo. É mais que razoável querermos que assumam plena responsabilidade por suas assinaturas.



Assinaram o Acordo:

· Ação Educativa
· Agência USP de Inovação – Universidade de São Paulo
· APREC Ecossistemas Costeiros
· Arko Advice Pesquisas
· Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM
· Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base – ABDIB
· Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente (ABEMA)
· Associação Comercial do Rio de Janeiro – ACRJ
· Associação Nacional de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros – ANCEABRA
· Associação Nacional de Sindicatos da Micro e Pequena Indústria – ASSIMPI
· Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção – ANAMACO
· Associação Potiguar Amigos da Natureza – Aspoan
· Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC
· Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
· Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB
· Central Única dos Trabalhadores – CUT
· Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS/UNB
· Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade – CONTRATUH
· Confederação Nacional da Indústria – CNI
· Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG
· Conselho Brasileiro de Construções Sustentáveis – CBCS
· Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CEBDS
· Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS
· Construtora Norberto Odebrecht S.A.
· Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE
· DF Vasconcelos Ltda
· Empresas Trevisan
· Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP
· Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEPr
· Força Sindical
· Força Sindical – Bahia
· Força Sindical – São Paulo
· Fórum Brasileiro de Mudanças do Clima COPPE/UFRJ
· Fórum Brasileiro de Mudanças do Clima – FBMC
· Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – FBOMS
· Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico – FMASE
· Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas
· Fórum Pernambucano de Mudanças Climáticas
· Fundação Banco do Brasil
· Grupo Carfepe
· Grupo de Trabalho Amazônico – GTA
· Grupo de Trabalho Mudanças Climáticas, Pobreza e Desigualdade do FBMC
· Grupo Gerdau
· Grupo de Gestão Ambiental em Pernambuco – GAMPE
· Grupo Maubisa
· Instituto Aço Brasil
· Instituto Akatu pelo Consumo Consciente
· Instituto de Energia e Meio Ambiente
· Instituto de Estudos Ambientais Mater Natura
· Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM
· Instituto Dom Helder Camara
· Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
· Instituto Paulo Freire/SP
· Instituto Vitae Civilis – Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz
· J.Macêdo S.A. – Com. Adm. e Participações
· Núcleo de Estudos do Futuro – PUC/SP
· Organização Internacional do Trabalho – OIT – Escritório Brasil
· Rede Nacional de Mobilização Social – COEP
· Rede Nossa São Paulo
· Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
· Sindicato dos Aposentados do Brasil
· Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região
· União Brasileira de Mulheres – UBM
· União da Industria da Cana-de-Açúcar – UNICA
· União e Solidariedade das Cooperativas e Empreendimentos de Economia Social - UNISOL
· União Geral dos Trabalhadores – UGT
· Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira – UNILAB
· Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
· Universidade Zumbi dos Palmares

Por: Por Tania Pacheco, no site Racismo Ambiental

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Das revoltas a uma nova política


Toni Negri e Michael Hardt oferecem reflexões para superar três pilares do capitalismo: propriedade, trabalho subordinado e representação

*Prefácio à edição em castelhano de “Commonwealth — El proyecto de una revolución del común”

Por Toni Negri e Michael Hardt | Tradução: Daniela Frabasile

Os acontecimentos políticos no mundo hispânico, tanto na América do Sul quanto na Península Ibérica, estão entre os mais inspiradores e inovadores da última década. Por meio de revoltas, de insurreições, da derrubada dos governos neoliberais, da eleição de governos reformistas progressistas, dos protestos contra a política de governos supostamente progressistas e outras ações, expressou-se um espírito indignado e rebelde através de inúmeras experiências sociais e políticas.

Uma série de datas e lugares serve como imagem de lutas contínuas e prolongadas, desde o 1º de janeiro de 1994, em Chiapas, ao 8 de abril de 2000, em Cochabamba, o 19 e 20 de dezembro de 2001, em Buenos Aires, e, mais recentemente, o 15 de maio de 2011, em Puerta del Sol, Madri. Acompanhamos essas histórias, aprendemos com elas e as utilizamos como guia durante a escritura deste livro e depois de sua publicação.

Um dos argumentos de Commonwealth — El proyecto de una revolución del común, que encontra uma forte ressonância com essas lutas, identifica como fonte central do antagonismo a insuficiência das constituições republicanas modernas, particularmente de seus regimes de trabalho, propriedade e representação.

Em primeiro lugar, nossas constituições enxergam o trabalho como chave para o acesso à renda e aos direitos básicos de cidadania, uma relação que durante muito tempo funcionou mal para quem estava fora do mercado de trabalho formal, incluindo os pobres, os desempregados, as mulheres que trabalham sem salário, os imigrantes e outros. Hoje, porém, o trabalho é cada vez mais precário e inseguro, em todas suas modalidades. Naturalmente, o trabalho continua sendo a fonte da riqueza na sociedade capitalista, mas cada vez mais fora da relação com o capital e, geralmente, fora de uma relação salarial estável. Portanto, nossa constituição social continua requerendo o trabalho assalariado para possibilitar ao cidadão plenos direitos e acesso a uma sociedade na qual esse tipo de trabalho está cada vez menos disponível.

A propriedade privada é um segundo pilar fundamental das constituições republicanas, e hoje poderosos movimentos sociais refutam não apenas os regimes sociais e globais de governança neoliberal, mas também, num plano mais geral, o império da propriedade. A propriedade mantém as divisões e hierarquias sociais e gera alguns dos vínculos mais poderosos (e que frequentemente são conexões perversas) que compartilhamos com os demais em nossas sociedades. No entanto, a produção social e econômica contemporânea tem um caráter cada vez mais comum, que desafia e excede os limites da propriedade. Devido à perda de sua competência empresarial e do poder de administrar disciplina e cooperação social, a capacidade do capital em gerar lucros está diminuindo. O capital acumula cada vez mais riqueza utilizando-se, sobretudo, do rentismo organizado mediante instrumentos financeiros, através dos quais captura o valor que é produzido socialmente, e independente de seu poder. Porém, toda instância de acumulação privada reduz a potência e a produtividade do comum. Dessa forma, a propriedade privada está se convertendo não apenas em parasita, mas também em obstáculo para a produção e o bem-estar sociais.

Por último, o terceiro pilar das constituições republicanas — e objeto de um crescente antagonismo — se apoia sobre os sistemas de representação e sua falsa promessa de instituir uma governança democrática. Colocar um fim ao poder dos representantes políticos profissionais é um dos poucos lemas da tradição socialista que podemos afirmar sem restrições hoje em dia. Os políticos profissionais, junto com os chefes das corporações e a elite dos meios de comunicação, não exercem nada além da modalidade mais débil da função representativa. O problema não é tanto que os políticos sejam corruptos (ainda que, em muitos casos, isso também acontece), mas que a estrutura constitucional republicana afasta os mecanismos de tomada de decisão democrática e os desejos da multidão, isolando-os. Todo processo real de democratização deve atacar a falta de representação e as falsas pretensões de representação que estão no centro da constituição em nossas sociedades.

Contudo, reconhecer a racionalidade e a necessidade da rebeldia contra estes três eixos — e contra muitos outros que estimulam as lutas sociais contemporâneas — não é mais que o primeiro passo, o ponto de partida. O calor da indignação e a espontaneidade da revolta devem organizar-se para perdurar e construir novas formas de vida, formações sociais alternativas. Os segredos desse próximo passo são tão raros quanto elevados.

No terreno econômico, temos que descobrir novas tecnologias sociais para produzir livremente em colaboração e distribuir igualmente a riqueza compartilhada. Como nossas energias e desejos produtivos poderão crescer dentro de uma economia que não esteja baseada na propriedade privada? Como proporcionar bem-estar social e recursos sociais básicos a todos e todas numa estrutura social que não é regulada nem dominada pela propriedade estatal? Temos que construir relações de produção e intercâmbio, assim como estruturas de bem-estar social que sejam compostas pelo (e se adequem ao) comum.

Os desafios no terreno político são igualmente espinhosos. Alguns dos acontecimentos e revoltas mais inspiradores e inovadores da última década radicalizaram o pensamento e a prática democrática, organizando um espaço — como uma praça pública ocupada ou uma zona urbana — a partir de estruturas ou assembleias abertas e participativas, mantendo essas novas formas democráticas durante semanas ou meses.

De fato, a organização interna dos próprios movimentos tem sido constantemente submetida a processos de democratização, que se esforçam em criar estruturas de rede horizontais e participativas. Dessa forma, as revoltas contra o sistema político dominante, os políticos profissionais e suas estruturas ilegítimas de representação não aspiram resultar num suposto sistema representativo legítimo do passado, mas em experimentar novas formas de expressão democrática: democracia real já. Como podemos transformar a indignação e a rebelião em um processo constituinte duradouro? Como os experimentos de democracia podem se converter em poder constituinte, não apenas democratizando uma praça pública ou um bairro, mas inventando uma sociedade alternativa que seja democrática?

Essas são algumas das perguntas que investigamos e tentamos responder no livro Commonwealth — El proyecto de una revolución del común. E nos sentimos encorajados, sabendo que não somos os únicos que nos colocamos essas perguntas. De fato, esperamos que esse livro caia nas mãos daqueles que estão descontentes com a vida que nos é oferecida pela sociedade capitalista contemporânea, indignados frente às diversas injustiças, rebeldes contra os poderes de mandar e explorar, e ansiosos por uma forma de vida democrática alternativa, baseada na riqueza comum que compartilhamos.

Não temos a ilusão de sermos capazes de proporcionar as respostas. Pelo contrário: confiamos que os leitores de língua espanhola, colocando-se essas perguntas e lutando por seus desejos, inventarão novas soluções que nem somos capazes de imaginar.
Outraspalavras

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A tinta vermelha: discurso de Slavoj Žižek aos manifestantes do movimento Occupy Wall Street


Slavoj Žižek visitou a Liberty Plaza, em Nova Iorque, para falar ao acampamento de manifestantes do movimento Occupy Wall Street (Ocupe Wall Street), que vem protestando contra a crise financeira e o poder econômico norte-americano desde o início de setembro deste ano.

O filósofo nos enviou a íntegra de seu discurso para publicarmos em nosso Blog, que segue abaixo em tradução de Rogério Bettoni.

***

Não se apaixonem por si mesmos, nem pelo momento agradável que estamos tendo aqui. Carnavais custam muito pouco – o verdadeiro teste de seu valor é o que permanece no dia seguinte, ou a maneira como nossa vida normal e cotidiana será modificada. Apaixone-se pelo trabalho duro e paciente – somos o início, não o fim. Nossa mensagem básica é: o tabu já foi rompido, não vivemos no melhor mundo possível, temos a permissão e a obrigação de pensar em alternativas. Há um longo caminho pela frente, e em pouco tempo teremos de enfrentar questões realmente difíceis – questões não sobre aquilo que não queremos, mas sobre aquilo que QUEREMOS. Qual organização social pode substituir o capitalismo vigente? De quais tipos de líderes nós precisamos? As alternativas do século XX obviamente não servem.

Então não culpe o povo e suas atitudes: o problema não é a corrupção ou a ganância, mas o sistema que nos incita a sermos corruptos. A solução não é o lema “Main Street, not Wall Street”, mas sim mudar o sistema em que a Main Street não funciona sem o Wall Street. Tenham cuidado não só com os inimigos, mas também com falsos amigos que fingem nos apoiar e já fazem de tudo para diluir nosso protesto. Da mesma maneira que compramos café sem cafeína, cerveja sem álcool e sorvete sem gordura, eles tentarão transformar isto aqui em um protesto moral inofensivo. Mas a razão de estarmos reunidos é o fato de já termos tido o bastante de um mundo onde reciclar latas de Coca-Cola, dar alguns dólares para a caridade ou comprar um cappuccino da Starbucks que tem 1% da renda revertida para problemas do Terceiro Mundo é o suficiente para nos fazer sentir bem. Depois de terceirizar o trabalho, depois de terceirizar a tortura, depois que as agências matrimoniais começaram a terceirizar até nossos encontros, é que percebemos que, há muito tempo, também permitimos que nossos engajamentos políticos sejam terceirizados – mas agora nós os queremos de volta.

Dirão que somos “não americanos”. Mas quando fundamentalistas conservadores nos disserem que os Estados Unidos são uma nação cristã, lembrem-se do que é o Cristianismo: o Espírito Santo, a comunidade livre e igualitária de fiéis unidos pelo amor. Nós, aqui, somos o Espírito Santo, enquanto em Wall Street eles são pagãos que adoram falsos ídolos.

Dirão que somos violentos, que nossa linguagem é violenta, referindo-se à ocupação e assim por diante. Sim, somos violentos, mas somente no mesmo sentido em que Mahatma Gandhi foi violento. Somos violentos porque queremos dar um basta no modo como as coisas andam – mas o que significa essa violência puramente simbólica quando comparada à violência necessária para sustentar o funcionamento constante do sistema capitalista global?

Seremos chamados de perdedores – mas os verdadeiros perdedores não estariam lá em Wall Street, os que se safaram com a ajuda de centenas de bilhões do nosso dinheiro? Vocês são chamados de socialistas, mas nos Estados Unidos já existe o socialismo para os ricos. Eles dirão que vocês não respeitam a propriedade privada, mas as especulações de Wall Street que levaram à queda de 2008 foram mais responsáveis pela extinção de propriedades privadas obtidas a duras penas do que se estivéssemos destruindo-as agora, dia e noite – pense nas centenas de casas hipotecadas…

Nós não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que merecidamente entrou em colapso em 1990 – e lembrem-se de que os comunistas que ainda detêm o poder atualmente governam o mais implacável dos capitalismos (na China). O sucesso do capitalismo chinês liderado pelo comunismo é um sinal abominável de que o casamento entre o capitalismo e a democracia está próximo do divórcio. Nós somos comunistas em um sentido apenas: nós nos importamos com os bens comuns – os da natureza, do conhecimento – que estão ameaçados pelo sistema.

Eles dirão que vocês estão sonhando, mas os verdadeiros sonhadores são os que pensam que as coisas podem continuar sendo o que são por um tempo indefinido, assim como ocorre com as mudanças cosméticas. Nós não estamos sonhando; nós acordamos de um sonho que está se transformando em pesadelo. Não estamos destruindo nada; somos apenas testemunhas de como o sistema está gradualmente destruindo a si próprio. Todos nós conhecemos a cena clássica dos desenhos animados: o gato chega à beira do precipício e continua caminhando, ignorando o fato de que não há chão sob suas patas; ele só começa a cair quando olha para baixo e vê o abismo. O que estamos fazendo é simplesmente levar os que estão no poder a olhar para baixo…

Então, a mudança é realmente possível? Hoje, o possível e o impossível são dispostos de maneira estranha. Nos domínios da liberdade pessoal e da tecnologia científica, o impossível está se tornando cada vez mais possível (ou pelo menos é o que nos dizem): “nada é impossível”, podemos ter sexo em suas mais perversas variações; arquivos inteiros de músicas, filmes e seriados de TV estão disponíveis para download; a viagem espacial está à venda para quem tiver dinheiro; podemos melhorar nossas habilidades físicas e psíquicas por meio de intervenções no genoma, e até mesmo realizar o sonho tecnognóstico de atingir a imortalidade transformando nossa identidade em um programa de computador. Por outro lado, no domínio das relações econômicas e sociais, somos bombardeados o tempo todo por um discurso do “você não pode” se envolver em atos políticos coletivos (que necessariamente terminam no terror totalitário), ou aderir ao antigo Estado de bem-estar social (ele nos transforma em não competitivos e leva à crise econômica), ou se isolar do mercado global etc. Quando medidas de austeridade são impostas, dizem-nos repetidas vezes que se trata apenas do que tem de ser feito. Quem sabe não chegou a hora de inverter as coordenadas do que é possível e impossível? Quem sabe não podemos ter mais solidariedade e assistência médica, já que não somos imortais?

Em meados de abril de 2011, a mídia revelou que o governo chinês havia proibido a exibição, em cinemas e na TV, de filmes que falassem de viagens no tempo e histórias paralelas, argumentando que elas trazem frivolidade para questões históricas sérias – até mesmo a fuga fictícia para uma realidade alternativa é considerada perigosa demais. Nós, do mundo Ocidental liberal, não precisamos de uma proibição tão explícita: a ideologia exerce poder material suficiente para evitar que narrativas históricas alternativas sejam interpretadas com o mínimo de seriedade. Para nós é fácil imaginar o fim do mundo – vide os inúmeros filmes apocalípticos –, mas não o fim do capitalismo.

Em uma velha piada da antiga República Democrática Alemã, um trabalhador alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que todas as suas correspondências serão lidas pelos censores, ele diz para os amigos: “Vamos combinar um código: se vocês receberem uma carta minha escrita com tinta azul, ela é verdadeira; se a tinta for vermelha, é falsa”. Depois de um mês, os amigos receberam a primeira carta, escrita em azul: “Tudo é uma maravilha por aqui: os estoques estão cheios, a comida é abundante, os apartamentos são amplos e aquecidos, os cinemas exibem filmes ocidentais, há mulheres lindas prontas para um romance – a única coisa que não temos é tinta vermelha.” E essa situação, não é a mesma que vivemos até hoje? Temos toda a liberdade que desejamos – a única coisa que falta é a “tinta vermelha”: nós nos “sentimos livres” porque somos desprovidos da linguagem para articular nossa falta de liberdade. O que a falta de tinta vermelha significa é que, hoje, todos os principais termos que usamos para designar o conflito atual – “guerra ao terror”, “democracia e liberdade”, “direitos humanos” etc. etc. – são termos FALSOS que mistificam nossa percepção da situação em vez de permitir que pensemos nela. Você, que está aqui presente, está dando a todos nós tinta vermelha.
Boitempo

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Projeto que mapeia história das migrações humanas já analisou mais de 400 mil amostras de DNA



Estrutura de dupla hélice do DNA
De onde viemos? Pelo menos do ponto de vista geográfico, essa pergunta pode ser respondida hoje, graças à genética. Quem já desistiu da ideia de montar sua árvore genealógica pode recorrer a iniciativas como o Projeto Genográfico, que cobra US$ 100 (cerca de R$ 177, fora as despesas com o correio) para informar qual o caminho percorrido por seus mais antigos ancestrais maternos e paternos, da África até o continente onde você vive.

O projeto, uma parceria entre a National Geographic e a IBM, conquistou a marca de mais de 400 mil amostras de DNA de gente do mundo inteiro, coletadas desde 2005. A informação é de Ajay Royyuru, pesquisador da IBM que esteve no Brasil esta semana para participar de um colóquio técnico-científico promovido como parte da agenda do centenário da companhia.

“Todo mundo se interessa em saber de onde veio e com a pesquisa genética isso é possível”, comenta. Em papo com o UOL Ciência e Saúde, ele citou como exemplo a pesquisa de sua própria ancestralidade. A ausência de documentos suficientes e a adoção de seu avô paterno limitavam sua busca a duas ou mais gerações. Mas a análise do DNA permitiu ao pesquisador descobrir que ele é membro de uma antiga linhagem (um haplogrupo) batizado de “H”, predominante no sul da Índia e no Sri Lanka.

Royyury explica que mesmo a arqueologia é uma ciência limitada quando se trata de conhecer a história das migrações humanas no planeta, já que estamos falando de mais de 150 mil anos atrás. Mas unindo esforços de todos os lados, arqueólogos, linguistas, antropólogos, geógrafos e biólogos são capazes de delinear os galhos dessa árvore com raízes africanas.

Um dos maiores desafios do projeto foi envolver populações indígenas de diferentes continentes. “Muitos não quiseram participar”, lamenta. Mas a partir da coleta de saliva de grupos diversos, dezenas de estudos científicos vêm sendo publicados nesses últimos seis anos e muitos ainda serão. Todos eles vêm sendo disponibilizados para o público (veja aqui

Participação brasileira

Para Royyury, um dos grandes méritos do projeto foi não apenas trazer mais detalhes sobre a origem de certas populações, mas mostrar a relação entre elas. Ele cita como exemplo um estudo liderado pelo brasileiro Fabrício Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais, publicado no mês passado no "American Journal of Physical Anthropology".

O trabalho descreve o ancestral comum de grupos indígenas do Peru e da Bolívia, que teria vivido há 5.000 anos. Santos conta que os descendentes desse “Adão” sul-americano ocuparam os Andes de norte a sul devido à expansão da agricultura que acompanhou o período. Uma ilustração clara de como história e genética caminham juntas na compreensão do passado que une os povos.

Santos, que é o representante do projeto na América do Sul, relata que as pesquisas atrasaram no Brasil por questões burocráticas e, por isso, vão até 2014. Até agora, já foram reunidas 2.300 amostras de DNA de mais de 60 grupos. “Esperamos ter um detalhamento maior da relação do brasileiro com as populações indígenas”, promete.

Os resultados podem ser úteis para entender, também, por que tribos da Amazônia possuem línguas tão diferentes quanto o português e o chinês. “Nada foi registrado antes de os portugueses e espanhóis chegarem na América do Sul, por isso a genética vai ser importante para colocar a história no papel”, resume.

Adão e Eva

Todos nós somos uma mistura de genes dos nossos pais e de nossas mães. Para a sorte dos pesquisadores, partes do DNA são capazes de passar intactas por gerações, sofrendo mutação apenas de tempos em tempos e dando pistas sobre populações que possuem passado em comum.

O estudo da ancestralidade engloba a análise do cromossomo Y, que passa de pai para filho, e do DNA mitocondrial, que passa de mãe para filha. Como as mulheres não têm o Y, elas só podem descobrir sobre seus ancestrais paternos se pai ou irmão fizerem a análise genética.

Quem compra o kit do Projeto Genográfico recebe uma tira que deve ser esfregada na parte interna da bochecha e enviada pelo correio, de forma anônima. O dono da amostra fica com um número, que depois é usado para consultar os resultados no site do projeto.
UOL Ciência e Saúde

sábado, 8 de outubro de 2011

Ativistas do mundo todo se unem contra a crueldade animal



Confira a programação do evento no mundo todo em sua página: http://www.weeac.com/08-october-2011-event.html

Weeac - Brasil
No Brasil o movimento WEEAC™ - International (Worldwide Events to end animal cruelty)mobliza várias cidades brasileiras amanhã(8) para o protesto contra a crueldade humana contra os animais. O movimento, segundo sua página no Facebook é "Em memória dos bilhões de animais mortos anualmente pela exploração animal.
É nossa intenção, não apenas lembrá-los, como promover uma mudança de consciência global.Nossa dívida é imensa".

O movimento é uma iniciativa da World Event to End Animal Cruelty (WEEAC) - organização não governamental (ONG) situada nos Estados Unidos, com representação em processo de formalização no Brasil desde o primeiro semestre de 2011 - e contará com manifestações públicas em todo o mundo, neste mesmo dia e horário.

No Brasil, até o presente momento aderiram ao evento as seguintes capitais e cidades: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Goiânia, Belém, Florianópolis, Recife, Vitória, Natal, Campo Grande, Salvador, Porto Alegre, Campinas (SP), Tatuí (SP), Itatiba (SP), Blumenau (SC), Garanhuns (PE), São João del-Rei (MG), Jales (SP), Mariporã (SP), Ribeirão Preto (SP) Itapetininga (SP), Sorocaba (SP) e São José do Rio Preto (SP).

No mundo, já foi aderido pela Austrália, Áustria, Bósnia e Herzegovina, Chile, Croácia, Chipre, Egito, França, Alemanha, Grécia, Índia, Israel, Líbano, Malta, Holanda, Bélgica, Nova Zelândia, Filipinas, Portugal, Romênia, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Estados Unidos, Canadá, Argentina e Equador.

Seguindo a padronização mundial, as atividades serão encerradas com uma vigília silenciosa à luz de velas, em memória dos bilhões de animais mortos e abusados anualmente.

Fonte:Este blog com http://www.wix.com/weeacbrasil/br#!kit ouwww.adocaobh.blogspot.com.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O mundo ocupa Wall Street




Assine a petição Aqui

Milhares de norte-americanos ocuparam sem violência a Wall Street - um epicentro do poder financeiro global e da corrupção. Eles são os últimos raios de luz em um novo movimento pela justiça social que está se espalhando rapidamente pelo mundo: de Madrid a Jerusalém e a 146 outras cidades, com outras aderindo a cada instante. Mas eles precisam de nossa ajuda para triunfarem.

Como são as famílias de trabalhadores que estão pagando a conta de uma crise financeira causada por elites corruptas, os manifestantes estão exigindo uma verdadeira democracia, justiça social e combate à corrupção. Mas eles estão sob forte pressão das autoridades e alguns meios de comunicação estão retratando-os como grupos extremistas. Se milhões de nós de todo o mundo os apoiarem, vamos aumentar a sua determinação e mostrar a mídia e aos líderes que os protestos fazem parte de um movimento massivo pela mudança.

Este ano pode ser o nosso 1968 desse século, mas para ter sucesso ele deve ser um movimento de todos os cidadãos, de todas classes sociais. Clique para participar da campanha para a democracia real - um contador gigante será erguido no centro da ocupação em Nova York mostrando ao vivo cada um de nós que assinarmos a petição e retransmitido ao vivo na página da petição.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

System of a Down (SOAD)

Vale a pena ver o show inteiro. Foram fantásticos!O vocalista Serj Tankian tem uma voz incrível e é uma pena não dar para colocar as mais de 20 múscias que tocaram. Perfeitos em tudo! Um super show!

System of a Down

Foi absolutamente arrebatador o show deles no Rock in Rio 2011 !